sábado, 18 de agosto de 2018

Quando regressamos ao hotel, o televisor está ligado num canal onde estão a transmitir a primeira meia-final de Wimbledon.

O sul-africano Kevin Anderson e o americano John Isner disparam ases uns atrás dos outros. Sento-me nas cadeiras do lobby a ver o jogo e o funcionário da recepção vem ter comigo e pergunta-me se quero ver o jogo lá fora, na esplanada. Digo-lhe que sim e ele liga o televisor só para mim. Ficamos um pouco à conversa. Está, como eu, à espera da meia-final seguinte entre o Djokovic e o Nadal, e não propriamente interessado neste jogo aborrecido que, ainda por cima, havia de se prolongar por várias horas.

Está a torcer pelo sérvio, quer vê-lo regressar à forma que o levou a número um mundial e que lhe tem escapado nos últimos dois anos. Pergunto-lhe se é comum que as pessoas ali apoiem um sérvio e ele diz-me que sim, que sem dúvida sentem a proximidade e a comunhão com os restantes povos,
My father lived 40 years in Yugoslavia.
Pergunto-lhe se o sentimento é extensível ao futebol e à Croácia e responde que também. E, em relação à Croácia, fala-me também de Goran Ivanisevic, o jogador excêntrico, que surgiu nos anos 90 e acabou por conseguir ganhar em Wimbledon em 2001.

É ele que, após o nosso merecido duche, nos aconselha alguns restaurantes e, mais importante, nos põe ao telefone com alguém que organiza voos de parapente. Depois de alguma negociação ao telefone, agendamos para o dia seguinte às 9h00, hora a que nos apanham no hotel. Daí conduzem-nos até um local diferente do que havíamos combinado, que deixa de ser opção dadas as condições do vento.

Segue-se uma breve palestra de informação e segurança e a distribuição por cada um dos pilotos profissionais
When I tell you, you run
diz-me Goran, que ficou encarregue de me levar. Perguntamos-lhe se aprendeu a voar a ver uns tutorials no youtube na noite anterior. Ri-se
My friend, 22 years
Muitos anos de voo.
Ready?
E prende o meu arnês à estrutura da asa. À instrução dele, tento correr, lutando contra a força da asa, até sentir que os pés já não estão no chão e, de repente, estamos a voar. Permanecemos talvez 15 minutos no ar, não temos a sorte do parapente que vai à nossa frente, que se farta de apanhar térmicas e ganhar altitude.

Finda a aventura, somos conduzidos novamente até ao hotel. Pelo caminho, quando lhes dizemos o trajecto que já fizemos até agora e o que ainda nos falta fazer, dão-nos algumas dicas sobre a Albânia. Mas também advertências, a principal das quais é em relação à condução dos albaneses.
Albanians are strange, they are a strange people

Sem comentários:

Enviar um comentário