quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Bis morgen

Um trolley e uma mochila. Tudo arrumado. Nos trinques. Um check online feito - e antes da Lufthansa me ter enviado um mail a dizer que o podia fazer.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Fully fledged

Sair de casa de manhã e dizer uma data de coisas feias porque está a nevar, o primeiro dia do ano. Passar quase toda a manhã em apresentações e reuniões. Trabalhar um bocado até, pouco depois, sair para almoçar meio a correr. Voltar. Trabalhar mais qualquer coisa até à hora de reunião com a equipa. Voltar para a secretária. Olhar pela janela e continuar a ver os flocos de neve a cair. Ficar agarrado ao computador horas até o estômago e a bexiga me afastarem por uns minutos. Regressar à secretária. Só aperceber que é tarde quando metade do corredor já está vazio. Sair para o metro. A neve derreteu, alívio. Comprar o bilhete na máquina e dar de caras com a chefe. Seguir no metro com a chefe à conversa. Sair do metro com a chefe que sai na mesma estação. Ir à conversa nas escadas rolantes. Dizer até amanhã à chefe e caminhar até à porta de casa. Fazer a mala, comer, mails, notícias. E dormir. De preferência bastante.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Contar o tempo em função das segundas-feiras.

Umas atrás das outras. Ponto, pontos de referência das semanas que transcorrem e rapidamente ficam para trás. Pelo caminho, aquela sensação de rapidez: tudo parece que já foi há tanto tempo e, na volta, das poucas vezes que de faço as contas, foi só há quinze dias.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Caem os primeiros flocos de neve

Floquinhos, pequeninos, daqueles cuja distinção face à chuva é pouco pronunciada. Caem e logo desaparecem, é impossível que ganhem forma no chão dado o reduzido tamanho. Ou seja, ainda não há neve – felizmente que ainda não há neve daquela a sério, que transborda branco por todo o lado. Tenho qualquer coisa contra a neve, só pode. Para mim, está para as possibilidades climatéricas como o cor-de-rosa para as cores. Não sei explicar.

sábado, 17 de dezembro de 2011

So tell me

Um gajo percebe que está a ficar velho quando acha que modernices como a escrita inteligente das SMS - que de moderno já não têm nada - só atrapalham.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Óbulo

«Pois o homem é, de todos os animais, o mais cruel.
Nada no mundo lhe terá dado tanto prazer como as tragédias, as corridas de toiros e as crucificações; e, a partir do dia em que inventou o inferno, teve o seu paraíso na terra.»

Assim falava Zaratustra, Friedrich Nietzsche

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Gerade aus

Dizem que as pessoas que vivem agarradas ao passado são avessas à mudança. Não podia discordar mais. Sou terrivelmente saudosista e preciso constantemente da mudança. Porque sempre que volto atrás descubro que as coisas já não estão como as deixei, traem a minha memória porque pertencem a outro tempo e a outro lugar que já não existem. E por isso não quero, não consigo voltar. E por isso preciso de continuar.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Um frio insuportável.

Que rasga, atravessa a carne e doi nos ossos. Um frio que está para lá daquilo que casacos e cobertores podem mitigar. Só o calor dos teus braços. Do teu abraço.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Viu-me de guitarra às costas à espera do elevador

Daí até combinarmos um dia para tocar foi um instante. Tratou de tudo: informou-se e reservou uma sala de reuniões do rés-do-chão para fazermos um bocado de barulho. Conversa puxa conversa e apercebi-me que a minha (velhota) guitarra de caixa está a chegar aos vinte anos de idade. E está aqui para as curvas.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Nem que fosse num avião

«E todas essas peregrinações, e todo esse ascender às montanhas, que eram senão um recurso e um modo de enganar a minha impotência: o que eu queria era voar, voar em ti»

Assim falava Zaratustra, Friedrich Nietzsche

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Coxia

Escolho sempre coxia. O lugar à janela não me diz nada. Já não me diz nada, talvez dantes, no início, achasse graça, a olhar para as coisas minúsculas dez quilómetros lá em baixo. Agora só quero que as horas passem e que o espaço de tempo entre a descolagem e a aterragem passe a voar - passo o trocadilho. Voar não tem graça por si só, só poderá ter graça tendo em conta o objectivo e, nesse sentido, apenas porque é um meio, nunca um fim.