quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Na manhã seguinte, trepamos os cerca de 1500 degraus até à fortaleza que se ergue sobre a vila.

Os degraus são irregulares e não ajudam o processo e o calor não dá tréguas. Lá no alto, turistas transpirados tiram fotografias da vista de cortar a respiração. É a última imagem que registamos do Montenegro: em seguida, descemos a escadaria, fizemos algumas compras para a viagem e seguimos pela estrada que ladeia o lago.

Dado que o desvio que implicaria era pouco significativo, optámos por passar por Dubrovnik, onde poderíamos passar umas horas na cidade, e só depois seguir em direcção à Bósnia. Um dia que, desta forma, incluiria três países. O trajecto correu de acordo com o planeado desde Kotor até à fronteira mas aí tudo se complicou. A saída do Montenegro foi um pouco demorada mas o pior ainda estava para vir. A fila comprida de carros para entrar na Croácia era muito lenta. De motor desligado, as pessoas começaram a sair para apanhar ar e tentar perceber a razão da demora. Quando nos aproximámos das cabines dos guardas, fomos instruídos indelicadamente a regressar e esperar no carro. Nem ao pedido de uma casa-de-banho acederam.

Quando finalmente atravessámos a fronteira, já tinham decorrido duas preciosas horas, aquelas que estavam previstas para passear um pouco em Dubrovnik. Depois de uma paragem estratégica à beira da estrada para resolver assuntos inadiáveis, seguimos rapidamente mas limitámo-nos a passar ao lado da cidade. Não muito depois, à medida que nos afastámos da costa, a qualidade das estradas piora, mais estreitas e com curvas.

O posto fronteiriço dificilmente poderia ser mais diferente do que aquele pelo qual entrámos na Croácia. À nossa frente, não há mais nenhum carro e está um pré-fabricado. Lá dentro está um guarda que conversa com outras pessoas que também estão no cubículo. Sem interromper a conversa, recebe os documentos, processa a informação, e devolve-me-os.

Poucos metros (talvez 10?) à frente, há um segundo pré-fabricado que parece ser o homólogo da Bósnia. No entanto, parece fechado e ninguém aparece para nos receber. Decidimos avançar lentamente.

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