terça-feira, 30 de setembro de 2014

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Vaisselle

O micro-ondas - tal como gira-discos - tem uma vida simples porque só tem um prato a girar.

domingo, 28 de setembro de 2014

Diamantes polidos

«Schools were said to construct character by chipping off the edges. His edges had been chipped, but the result had not, he thought, been character - only shapelessness, like an exhibit in the Museum of Modern Art.»

Our man in Havana, Grant Green

sábado, 27 de setembro de 2014

Daniel 1, formigas 1

Um carreiro delas na minha cozinha. Entraram sorrateiramente pela janela e surpreenderam-me um destes dias de manhã. Foram organizadamente pelo chão, treparam a parede, seguiram bancada fora, até entrar no armário onde está o caixote do lixo. Lá dentro não havia nada de particularmente interessante - cascas de fruta? - mas ainda assim foi o suficiente. Ripostei. Apanhei uma série delas para que não voltassem ao ninho e informar as amigas acerca da localização interessante. E borrifei as que sobraram com um produto indicado para o efeito.

Ganhei esta batalha. Esperemos que tenha ganho a guerra.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Paris bobo

Paris sem (quase) ver a Torre. Paris sem (quase) pôr o pé nos Campos Elíseos. Paris sem (literalmente) ver o Arco. Paris sem sequer pensar nos museus. Paris das esplanadas e dos parques. Paris dos miradouros. Paris de metro e autocarro. Paris a pé e de bicicleta. Paris das tartares e do Bordeaux. Paris dos croissants e do pain au chocolat. Na minha definição: Paris bonbon. Que é como quem diz bom bom.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Estes lapsus linguae são chatos

António José Seguro acabou de dizer que quer combater o emprego.

Mais sobre o debate

Tenho dúvidas acerca da forma como o tempo está a ser cronometrado. Aliás, tenho muito respeito (quase pena) de quem tem que fazer a contagem. É que nestes últimos minutos os Antónios estiveram praticamente quase sempre a falar ao mesmo tempo.

"É por causa que não há (...)"

António José Seguro

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Blink of an eye

Não cumpri a minha promessa. Disse-te
Venho ver-te amanhã.
Mas no dia seguinte já não havia amanhã.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Circunstância

Quando lhe perguntaram se gostava de uma determinada pessoa, respondeu simplesmente
Na maior parte das vezes, sim.
Como se amizade fosse um sentimento circunstancial.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Círculo

As prendas em géneros que o Fernando Mendes recebe no Preço Certo são um claro exemplo de selecção adversa.

domingo, 14 de setembro de 2014

Para lá do stress

«Os profissionais de gestão de risco analisam o passado com o objectivo de obter informações sobre o suposto pior cenário imaginável e utilizam-nas para avaliar riscos futuros – este método é designado «teste de esforço». Abordam a pior recessão da história, a pior guerra, a maior oscilação das taxas de juro ou a pior taxa de desemprego como referências para uma estimativa precisa dos piores resultados futuros. Mas nunca reparam nesta inconsistência: este suposto pior cenário, quando aconteceu, ultrapassou o pior cenário da altura.»

Antifrágil, Nassim Nicholas Taleb

sábado, 13 de setembro de 2014

Don't hang pictures on the wall

Ricky Gervais diz ao David Letterman que não se deveria reformar. Dá-lhe um conjunto de razões pelas quais é uma dá decisão. Por exemplo, não vai arranjar nada para fazer, não vai acabar por passar mais tempo com as pessoas que gosta, etc. E depois dá-lhe a melhor de todas: não vai poder usar o trabalho para se desculpar perante convites que não lhe interessam. O Letterman concorda, é difícil argumentar que I won't make it because I won't be working.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Nojo

Há alguns cargos para os quais, após o fim ou interrupção do mandato, mais do que um período de nojo até ocupar outro cargo relevant, deveria existir um período de nojeira. Ou mesmo de badalhoquice.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

A mãe de todos os vícios

Arranjar espaço para a preguiça. Deixá-la crescer, progredir, desenvolver-se lentamente. Como uma flor nas mãos de um jardineiro. Um cozinhado elaborado nas mãos de um chef conceituado. Um filho que se educa. A preguiça como arte. Um conceito que se elabora e constrói, que se põe em prática numa obra para deleite próprio e alheio. E, sobretudo, que custa horas (muitas) e dedicação (muita). Nisso a preguiça pode enganar à primeira vista (e à segunda, e à terceira) - precisa de trabalho (sim, trabalho). Precisa de esforço aturado (um contra-senso). E até nisso é como a sua bête noire, o trabalho: sabe bem, tanto melhor na medida do que nela se investe.

domingo, 7 de setembro de 2014

Marcelo dixit

Mil setecento'xinquenta e seis
(tenho alguma dificuldade em pôr por escrito)

Chamar os bois pelos nomes

Para além das secções típicas como "país", "internacional", "economia" ou "política", a maioria dos jornais deveriam ter também uma outra designada, por exemplo, "imbecilidades" ou "parvoíces pegadas". A classificação não seria muito complicada; o risco é que a última esgote o material das primeiras.

sábado, 6 de setembro de 2014

Entretanto em Queens

Os deuses do ténis relembram-nos que tudo pode - e na volta até deve - acontecer.

Pretensão e água benta

Estipular um caminho partindo do princípio que é exactamente o que os outros querem trilhar. Assumir o pré-conhecimento de vontades e motivações alheias. Barreiras pelo caminho, como as provas de equitação. Tudo com o intuito de induzir um determinado comportamento, arrancar uma resposta. Prémios, recompensas à medida que as barreiras são transpostas. Ou torrões de açúcar, como os que se dão aos cavalos pelas exibições deles pretendidas. E, como é do conhecimento geral, todos os cavalos gostam de açúcar.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Biggest Loser, how did I let myself go like this ou o mal que as férias me fazem

As reduções de peso em absoluto das três equipas no concurso são medidas, concorrente a concorrente. A equipa cuja redução for menor perde um dos seus membros como penalização. O sacrificado é aquele que tiver perdido menos peso, desta vez em proporção do respectivo peso inicial. É um momento tenso (ou de tensão artificialmente gerada): cada equipa tem o seu treinador ou preparador físico e são eles que introduzem o elemento de competitividade ao programa. Uma versão física da meritocracia americana: exercito e tenho cuidado com o que como, logo tenho direito a ser saudável e ter este aspecto.

A equipa branca perdeu. No monitor começam a aparecer, por ordem decrescente, os elementos e a percentagem de peso que perderam em relação ao peso inicial. Um tipo latino gordo (pleonasmo neste contexto) é o sacrificado. Fica pior que estragado. Chora. Os outros choram também, tanto da equipa dele como das adversárias. Logo agora que tinha conseguido tantos resultados positivos, que estava a progredir, voltar para casa é o pior que lhe podia acontecer. O discurso típico de um loser do Biggest Loser.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

There are many like it but this one is mine

Um dos problemas de máquinas fotográficas mais elaboradas é o tempo que é necessário para preparar o apetrecho, desde escolher a lente e acoplá-la, até à definição dos parâmetros certos da velocidade e abertura do obturador, etc.. Claro que, por vezes (muitas vezes), este tempo de preparação sai caro em matéria de fotografias perdidas. De tal forma que os cursos de fotografia deveriam contemplar esta questão. Acho até que deveriam ser parecidos com as técnicas que os militares aprendem para montar rapidamente as armas. Vem-me à cabeça o gordo Pyle no Full Metal Jacket, o recruta que não consegue transpor os obstáculos e é vítima de bullying dos demais companheiros de caserna, e que ganha o respeito do Sargento Hartman com a perícia a montar a espingarda. Tanta fotografia que seria salva.