quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Ainda não são 7h30 quando desço e peço, na recepção do hotel, para chamarem o táxi.

A hora que nos tinham dito no dia anterior que seria mais do que suficiente, uma vez que a viagem até à estação não demoraria mais de 10 minutos e já tínhamos comprado os bilhetes. A funcionária de cabelo curto apanhado demora um pouco até começar a mover-se languidamente para ir buscar o telefone. Depois, por azar, a primeira tentativa que faz revela-se infrutífera: a empresa não tem táxis disponíveis. Explica-me o sucedido e enceta uma segunda tentativa, enquanto os minutos continuam a passar e passam mesmo alguns até finalmente confirmar que está um táxi a caminho.

Passam outros tantos até ouvirmos o ruído de um veículo e é ela mesmo que nos diz que o táxi deverá ter chegado. E, de facto, vemos um táxi à saída do hotel mas, quando me dirijo para ele e começo a falar com o taxista, vejo-o a carregar uma mala e, logo em seguida, ser ocupado por uma senhora. O nosso táxi só virá um pouco depois e, por esta altura, começa a parecer muito à tangente face às 8h a que parte o nosso autocarro.

Para complicar ainda mais contas, os tais dez minutos que deveria demorar o trajecto até à estação de autocarros acabam por durar mais. Nesta altura já dizemos mal às nossas vidas e criticamo-nos por acreditar nas estimativas temporais realizadas nestas bandas que, invariavelmente, acabam por se revelar erradas e sempre no sentido da subestimação.

São 7h58 quando abro a porta do táxi e me lanço num sprint pela estação a dentro. O tipo que controla a entrada mediante a verificação dos bilhetes é sensível à nossa pressa e limita-se a indicar-nos o caminho após lhe termos dito o nosso destino. Quando vejo a plataforma 1 e uma mini-van onde esperaria ver um autocarro fico, por um curto instante, um pouco desnorteado. O condutor lá de dentro
Prí-ch-tina?
e eu digo-lhe que sim e ele faz-me sinal para entrar. Mas lá dentro está tudo cheio, a mini-van deve ter uns doze lugares e já só sobra o banco que se abre nas costas dos bancos da frente, virado para o corredor, como os assentos dos membros da tripulação dos aviões. É neste banco e no último disponível dos dois da frente que nos sentamos e, muito pouco depois, a mini-van arranca, com o som embalador do ar condicionado a fazer-se ouvir.

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