quarta-feira, 30 de junho de 2010

É triste dizer isto mas já não confio na tua cabeça.

As confusões. E, por isso, não te pergunto as coisas. Prefiro recorrer à minha memória que, algures, registou o que me contaste. No tempo em que confiava no que me dizias sobre o passado. O teu passado, maioritariamente: gostas muito de falar sobre ti. Agora acontece-te falar sobre os outros pensando que estás a falar sobre ti. Vês por que não posso confiar na tua cabeça? Não é por mal, juro que não é por mal, não te zangues comigo. Não sei por que carga de água me deu para me interessar por querer saber as coisas. Neste momento. Talvez porque saiba que já não estás em condições para me as contar. Quando não estavas, não quis saber. É sempre assim, só queremos o que não podemos ter. E agora tenho que confiar na minha cabeça. Der por der. Não tenho mais fontes. Fidedignas.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Sobre os três minutos de jogo que vi até agora

A Espanha tem dois Xavis, um Piqué e um Busquets

Já agora, ainda a propósito disto: A Xavi, o dinheiro!!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

domingo, 27 de junho de 2010

Sommer

Não me lembro da última vez que tinha entrado na tua casa. Já não consigo perceber se terá sido este verão passado. Se calhar não. É capaz de ter sido há mais tempo. Anos, talvez. Pouco importa se foi no verão passado. Porque a sensação que tive quando atravessei a porta de alumínio e desci o degrau abrupto, ao mesmo tempo que segurava as tiras de metal que impedem as moscas de entrar e baixava a cabeça para não bater na parede, foi que teria sido há muito tempo. Demasiado tempo.

sábado, 26 de junho de 2010

Algo se passa em Wimbledon este ano

Primeiro, o Federer quase perde na primeira ronda, jogo inaugural. O próprio Nadal já foi obrigado a ir a cinco sets em duas das três partidas que jogou até ao momento. Depois, uns tipos chamados Isner e Mahut resolveram ficar em court 11 horas e tal até fecharem um quinto set com 70-68: mais valia terem mandado uma moeda ao ar. Agora, o Hanescu resolveu cuspir no público. No meio disto tudo, a rainha resolveu vir ao complexo cumprimentar alguns jogadores.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Arbeit

«É que em relação ao trabalho nutria o maior dos respeitos, não obstante sentir que o mesmo lhe provocava um leve cansaço.»

A Montanha Mágica, Thomas Mann

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Antes buzinadelas que vuvuzelas

Estou preocupado com os jogadores da Coreia do Norte. As coisas já não estavam a correr de feição mas, depois do que aconteceu hoje, parece-me claro que se, regressarem à pátria deles, serão fuzilados pelo regime.

domingo, 20 de junho de 2010

quinta-feira, 17 de junho de 2010

terça-feira, 15 de junho de 2010

Entrou na sala.

Dirigiu-se à secretária velha de madeira no centro, lá em baixo. Pousou a pasta que trazia na mão e olhou a plateia barulhenta, agitada, que ainda se sentava e preparava para o início. Virou-se para o quadro. Do suporte metálico sujo retirou um pau de giz novo. Partiu-o ao meio no rebordo do suporte metálico para evitar que o contacto do giz com o quadro soltasse aqueles ruídos agudos que furam a pele e causam arrepios. E começou a escrever. A escrever não; a desenhar. Números. Ou algarismos. Uns atrás dos outros. Enormes, de grandes dimensões. Até encher todo o espaço possível do quadro escuro. E até terminar a agitação normal dos alunos que se preparam para o início da aula. Aqueles minutos iniciais. Da plateia não vinha já praticamente qualquer som. Virou-se novamente para na sua direcção, de costas para os números, algarismos que acabara de escrever. Melhor: de desenhar. Olhou-os, algumas caras perplexas. Disse:

Hoje vou-vos falar da Lei dos Grandes Números.

domingo, 13 de junho de 2010

O que mais me irrita é o tempo a passar.

Lentamente, percorre caminhos rápidos. Passa por mim com uma cara deslavada, o cínico. Passa-me à frente. Detesto olhar para trás e ver todos os caminhos. Pior, a rapidez de todos os caminhos. Que lentamente se trilham. A sensação de passar. Detesto. Olhar para trás.

sábado, 12 de junho de 2010

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Rotinas

O carro está parado no semáforo da Gago Coutinho com os Estados Unidos. Ele lê o Record; ela penteia-se.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

O que mais me irrita é o tempo a passar.

Lentamente, percorre caminhos rápidos. Passa por mim com uma cara deslavada, o cínico. Passa-me à frente. Detesto olhar para trás e ver todos os caminhos. Pior, a rapidez de todos os caminhos. Que lentamente se trilham. A sensação de passar. Detesto. Olhar para trás.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Queen Maud Land

No meio da telebasura da televisão espanhola, há um canal bastante sui generis cujo propósito é ensinar inglês. Parece um daqueles cursos Planeta Agostini, estilo “aprenda inglês em vinte lições” que normalmente trazem um livrinho fininho e uma gravação áudio. Neste canal, há um tipo que vai repetindo a mesma frase em inglês, depois de ter explicado o que significa, com várias entoações e dando ênfase às palavras mais complicadas.

domingo, 6 de junho de 2010

ETKT

Espero que não te chateies comigo quando te disser que não és propriamente bonita. Mas és muito gira. Trigueira. A tua cara. Tens umas expressões inteligentes. Gosto da forma como sorris quando se metem contigo. Um sorriso escancarado mas com a tua boca pequena. Os teus olhos ficam pequeninos, fininhos, como os de uma oriental, a rasgar a tua cara. Respondes, normalmente, à altura. Uma voz quente, cheia. E piscas o olho. Esquerdo, direito, não sei. Muito suavemente, muito discretamente. E isso, por mais estranho que possa parecer, dá-te uma elegância que não consigo explicar.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Lagos Ercina e Enol



The wind cries Mary

O Dom Quixote moderno não luta contra os românticos moinhos de vento. Este cavaleiro dos dias de hoje luta contra as pás dos geradores eólicos que rasgam a paisagem de Castela.