domingo, 31 de maio de 2009

As melhores fotos

Aqui

E falta dizer...

... que a Eurosport só à chapada. O jogo mais importante dos últimos anos e os gajos a transmitirem o Giro.

Espanto

Lá dizer que o Djoko ia ser ultrapassado pelo Murray, tudo bem. Agora o Rafa cair nos oitavos com o Soderling… É verdade que em Wimbledon, em 2007, o jogo já foi particularmente complicado. Mas em terra batida, em casa do Rafa, é de se lhe tirar o chapéu. Grande vitória. Os jogadores de topo só têm a aprender com este gajo. Já agora, gostava de conhecer a pessoa que meteu dinheiro na vitória do sueco (vulgo, a pessoa que vai comprar uma ilha nas Caraíbas).

Às vezes lá vou tendo alguma razão

Eu bem disse que mais depressa o Djoko caia do que ganhava o segundo lugar. Este gajo ficou bem aquém das meias do ano passado. As más prestações em Slams começam a somar-se. Em Wimbledon caiu na primeira ou na segunda, no US Open ficou sem pernas a jogar com o Fed, na Austrália foi o calor, aqui levou três secos dum tipo claramente inferior. O que parece é que há falta de preparação física, um factor que se torna mais gritante em torneios com encontros a cinco sets.

Quem vai facturar é o Murray: o Djoko perde pontos e ele vai ganhar porque já igualou o resultado do ano passado.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Algumas entradas, escolhidas de uma forma totalmente aleatória, do live commentary text da BBC

1015: Also in action early doors are France's Aravane Rezai against 16-year-old Portuguese wunderkind Michelle Larcher de Brito on Court Philippe Chatrier. De Brito is apparently breaking new ground with her noise levels.

1042: De Brito, who Sam Smith has heard referred to as producing a "sonic boom" when she screams, has got a break back and leads Rezai 4-3 on Chatrier.

1107: Oh my good Lord. I've just checked in on De Brito and the rumours are true - I didn't know humans could make that much noise. It is a feat in itself, no matter how good the 16-year-old turns out to be at tennis. Jonathan Overend says he watched her practise the other day and she didn't make a sound.

1112: To screaming and wailing of Biblical proportions, De Brito breaks Rezai in a lengthy game to force a tie-break. The crowd seems a bit stunned for the moment but I'm backing the Parisians to turn nasty if this carries on. Ana Ivanovic breaks Iveta Benesova to seal a 6-0 6-2 victory. I'm surprised the champion could concentrate as she's only about 500m away from De Brito.

1116: Next up on the Red Button and streaming is the resumption of Novak Djokovic against Ukraine's Sergiy Stakhovsky from last night, with the Serb leading by two sets. Rezai takes the first set tie-break 7-3 and that should keep De Brito quiet. At least for the changeover.

1127: "I'm on mainland Europe right now, and I'm sure those screams in the distance are De Brito's. That girl is insane!"
From tgsgirl on 606

1138: Verdasco and Almagro head into a second set tie-break, De Brito desperately fends off three break points against Rezai before the Frenchwoman finally secures a 3-1 lead in the second set. I've switched them off for now, giving the ears a rest.

1155: De Brito breaks Rezai when the Frenchwoman is serving for the match. I would say the Portuguese screams in delight, but every noise she makes is a scream. Maybe she should whisper when she wins a big point. Or perform a mime.

1202:
Aravane Rezai beats Michelle Larcher de Brito 7-6 (7-3) 6-2, bringing to an end the enchanting run of the 16-year-old Portuguese wunderkind. She may be gone, but she will not be forgotten. De Brito gives the most cursory of handshakes and then sarcastically applauds the crowd on her way off, prompting the inevitable jeers. All of which overshadows a first Grand Slam fourth-round place for Rezai.

1241: Some more info on the much missed Michelle Larcher de Brito - apparently Aravane Rezai complained to the umpire several times about the noise her Portuguese opponent was making, saying: "It's very disturbing, it's disturbing me. Please, there is a limit. Enough." De Brito countered: "I can do nothing about it."

1507: An excellent solution, Lauren, and it does cost to text in - hopefully it says 'network rates apply' at the top of this page. I will not be offended if you choose to spend the money on an ice cream or to invest it in a high-interest account instead. Nadal breaks again and serves out the set 6-1, saving a break point in the final game. One Nadal forehand down the line on the stretch prompts Mark Petchey on the Red Button to scream al la Michelle Larcher de Brito. I thought there was an intruder in the BBC commentary box.

1528: The shrieking of Michelle Larcher de Brito is definitely becoming one of those issues. Apparently when warned by the umpire, the 16-year-old said: "Sharapova has never been told that she was shouting too loud." And in her post-match news conference, she added: "I guess that was a bit of Rezai's tactic to throw me off a little bit. I played her last time in Miami and she did the same thing. When she did that, the crowd was on her side. Everybody supported her statement to the umpire. It threw me off a little bit, but I guess she has to find a way to win. It got a little bit under my skin. It shouldn't have, but I'm young and I'm still learning."

1543: Another De Britoesque scream from Mark Petchey on the Red Button signals a couple of absolute screamers on the Nadal forehand, and he breaks to lead 4-3. Brilliant stuff. And Hanescu has broken Simon and served out for a two-set lead. We are one set from Muraytime. Or possibly three.

Revisitado

Alleeeez!!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Do the evolution #2

O grande problema dos plasmas e LCDs é que não é possível pôr um naperon e uma figurinha de louça por cima.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

terça-feira, 26 de maio de 2009

Registo de língua

Assinei o serviço de televisão da Clix e, durante um mês, vou ter os canais premium em sinal aberto. Isto significa que tenho Sport TV, os Telecines, alguns canais de putos e, claro, uma meia dúzia de canais rançosos para adultos. O grande problema destes canais é que os actores não falam espanhol e ninguém se deu ao trabalho de os dobrar. Definitivamente, não é a mesma coisa ver uma cena de esfrega esfrega roça roça pimba pimba truca truca sem ouvir os míticos “oh sí, cariño…”, “fuerte, fuerte!” e “vamos, pegalo!”. E uma coisa é certa, por mais que tentem, “Oh yeah, baby…”, “harder, harder!” e “grab my cock!” não são substitutos minimamente à altura. Porque o castelhano adicionava um toque de sórdido e, ao mesmo tempo, ridículo que o inglês, pura e simplesmente, não tem.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Alone

Ainda não me habituei à ideia de que há mais pessoas neste prédio. Apanho brutos cagaços de cada vez que a porta se abre e o elevador não está vazio. E depois fico envergonhado quando se desculpam por me terem assustado.

Talvez o maior feito do ténis português

Dois tipos sobreviveram à primeira ronda de um Slam

domingo, 24 de maio de 2009

Pudor

Embora entenda que se pode brincar com todos os temas, sou incapaz de tocar em alguns dos verdadeiramente sérios

sábado, 23 de maio de 2009

La Palisse

«Damn it! I can only think of things I can think of!»

Randy, personagem do My name is Earl

quinta-feira, 21 de maio de 2009

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Bengala branca

De repente olhei e vi a mulher no meio da estrada. Óculos escuros e bengala branca. Ia numa trajectória estranha, diagonal. Em plena Avenida Miguel Bombarda. Rapidamente e por instinto, confirmei que o sinal para peões estava vermelho. Olhei para esquerda e vi os carros no outro lado da Avenida da República parados e de imediato corri na direcção dela. Peguei-lhe no braço, venha comigo, está no meio da avenida com o sinal vermelho. Ela aceitou a ajuda mas estava irritada. Pois claro que está vermelho. E depois perguntou-me onde estávamos exactamente enquanto eu lhe dizia que tivesse cuidado para não tropeçar ao subir o passeio. Depois perguntei-lhe para onde queria ir: com a trajectória diagonal, não sabia se ela queria continuar naquela avenida ou seguir a descer a Avenida da República. Disse-me que queria ir para esta última, ia apanhar o autocarro. Mais ou menos quando estava a tentar encaminhá-la na direcção correcta, surge repentinamente outra senhora, afasta-me, agarra-lhe o braço firmemente, olha-me com uma cara ameaçadora, como se eu fosse uma ameaça para a cega. Ah vai para o autocarro? Então eu levo-a que eu também vou para lá. Fiquei durante alguns segundos especado. Onde raio estava aquela heroína de capa e espada quando a senhora de bengala branca estava no meio da estrada com sinal vermelho para atravessar? Devia ter-lhe perguntado. Com cara ameaçadora.

terça-feira, 19 de maio de 2009

segunda-feira, 18 de maio de 2009

domingo, 17 de maio de 2009

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Indie

Gostava de perceber porque é que as pessoas batem palmas no final dos filmes.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Saga #5

Um dos países mais desenvolvidos do mundo, um dos melhores Índices de Desenvolvimento Humano e uma esperança média de vida das mais elevadas. Enfim, bancarrotas à parte, qualidade de vida. É neste contexto que vive uma população sui generis. Uma percentagem significativa acredita em seres que habitam as entranhas da terra.

Duendes e trolls, cujas representações podem ser vistas à porta de algumas casas, até a servir de adorno nas campas dos cemitérios. As figuras das lendas do folclore nórdico vivem na Islândia. Um exemplo curioso: a instalação de uma unidade fabril levantou discussão e alguma celeuma não só por ser um dos poucos casos de produção industrial num país bastante ecológico, mas também e sobretudo porque necessitaram de obter uma certificação de que não existiam desses seres debaixo da terra onde as fundações foram lançadas.

Há muita vida no interior daquela terra. As fumarolas, os geysers, os vulcões. A Islândia é uma manifestação de que este planeta está vivo e em mudança. De que esta terra é dinâmica. Com meio território na placa continental Europeia e outra metade na americana, os islandeses assistem em primeira-mão, nos melhores lugares da plateia, a comer pipocas, ao filme da criação de nova superfície terrestre.

O contraste. A neve branca no preto dos vulcões e da areia, da terra. A aridez e o verde vivo do musgo que se agarra à lava empedernida. O frio e água quente, o vapor que se escapa para o ar. Tomar banho nessa água ao ar livre é bastante esclarecedor: enquanto o corpo adormece ao som da temperatura confortável, a cabeça sente a pressão do frio no ar. Pequenos cristais aparecem nos cabelos, nas sobrancelhas e só desaparecem aquando do próximo mergulho para aquecer a única parte exposta.

É daqui que emerge uma espécie de Orwelianismo revisitado. Vem à superfície da água turbulenta. Porque se é verdade que todos os locais são únicos, também não é menos verdade que há uns que são mais únicos do que os outros.

E assim, com uma progressividade lenta, o meu cepticismo cai, vai caindo, por terra. Nesta terra. Por causa desta terra. Afinal, não há dúvida nenhuma, há mesmo duendes e trolls. Estão lá em baixo a comandar as operações. Fazem aquecer, explodir. Põem as máquinas em andamento, despoletam os mecanismos. São eles que tratam da engrenagem que faz a Islândia mexer.

E, com ela, o resto do mundo.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Saga #4

Um dos braços do Vatnajökull escorre das montanhas em direcção a uma lagoa que desagua agitadamente no mar. Nessa lagoa, flutuam blocos de gelo.




Alguns sobrevivem o suficiente para desembocar no mar. Um empurrão das ondas e encalham na areia negra, cor de lava.




Lembra-me a capa do Momentary Lapse of Reason.


terça-feira, 12 de maio de 2009

Saga #3

O maior glaciar da Islândia – Vatnajökull – é também o maior da Europa e um dos maiores do mundo. Uma superfície de gelo do tamanho do estado americano de Rhode Island. Três vezes o Luxemburgo em gelo. Por de baixo desse imenso manto branco, que chega a atingir 1000 metros de espessura, estão sete vulcões principais. Este é um dos braços do glaciar, o Skaftafellsjökull.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Saga #2

«Ingólfur Arnarson was the first settler in Iceland, more than 1100 years ago. His trip from Norway lasted four days and there were no napkins.»

Num guardanapo da Icelandair


«Attention please. For security reasons, unattended baggage will be removed and destroyed»

Aeroporto de Heathrow

domingo, 10 de maio de 2009

Saga #1

Cerca de 1400 quilómetros, centenas de litros de gasolina, algumas garrafas de vinho, imensas sandes, sumos, bolachas, M&Ms, milhares de fotos, noites em cabanas, noites em guesthouses, refeições em andamento, serviço a bordo, pasta de caviar, sopa de cebola, chuvadas, neve, granizo, vento, frio, geysers, fumarolas, cheiro a ovos podres, chuveiros com água malcheirosa, banhos em poças sulfúricas, imensos gordos e gordas, dezenas de postais gamados, uma meia-noite dormida em Heathrow na alcatifa, cavalos, gaivotas, renas, puffins, uma autocaravana capotada, um piano e uma bateria dentro de uma igreja.

Dormir para pôr o sono em dia. Depois falamos.

(revisitado)

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Vacanças

O que me irrita nesta treta da gripe dos porcos:

1. Todos nós vamos ser vítimas de inúmeras gripes no decurso da nossa vida, é praticamente um dado adquirido. A maioria de nós também não vai sofrer rigorosamente nada de sério em consequência de uma gripe. Tirando dores de cabeça e garganta e muito lenço sujo.

2. No entanto, o número pessoas que morrem de complicações causadas por gripes banais (leia-se, sem nenhum animal associado) não é assim tão irrisório quanto isso. A incidência em grupos de risco como os idosos não é negligenciável. Grupos esses que, por essa razão, devem fazer a vacinação no início do Outono de cada ano para minorar os efeitos. A diferença das gripes banais face àquelas que têm um animal é que o número de mortos nunca chega aos títulos dos jornais.

3. O facto de que centenas de pessoas perderam a vida no México não significa que esta gripe seja mais agressiva que qualquer outra estirpe que surge quando vem o tempo frio e sem nenhum porco ou frango associado. Infelizmente, é capaz de dizer mais em relação à qualidade – ou seja, à falta dela – do acesso a cuidados médicos de qualidade e mesmo da própria qualidade de vida das pessoas da Cidade do México: elevados índices de pobreza, bairros de lata, baixa qualificação e acesso a informação. Já para não falar no efeito de escala: os gajos são para cima de 23 milhões.

4. Agora, uma coisa é certa. Este tipo de gripes dão um jeitão a quem tenha Tamiflus e coisas do género para vender. Até as próprias máscaras que andam para aí a distribuir. Basta arranjar um animal qualquer, espalhar a palavra e a histeria colectiva e escoar o produto para as farmácias.