quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Parece o cenário de um filme, um pequeno casario espalhado no meio da areia.

Por momentos, leva-me até aos estúdios de cinema que se podem visitar em Marrocos. Mas, contrariamente a essas localidades fictícias que só tiveram existência em filmes, Kolmanskop foi efectivamente, a determinada altura, uma povoação. Fundada no início do século passado, esteve associada à exploração de diamantes no deserto. Após a segunda guerra mundial, a progressiva escassez de diamantes levou a que fosse trocada e abandonada por outros locais onde, entretanto, foram descobertos minérios.

Hoje, a cidade-fantasma a poucos quilómetros da costa é uma atracção turística. Guias exprimindo-se em inglês, alemão e afrikaanse, conduzem rebanhos de turistas pelas antigas construções. Começando no salão de baile – onde o guia de língua inglesa nos mostra a acústica com uma interpretação do “Aleluia”, versão Jeff Buckley, e tocando piano – passamos pelo hospital, pela loja, pela casa do engenheiro, do médico, do governador, entre outros. Para um povoado que contou com algumas centenas de habitantes, há um conjunto de equipamentos relativamente impressionantes, a começar pela máquina de gelo e a pista de bowling, e terminando na máquina de raio-X, a primeira no hemisfério sul.

Pouco tempo antes de ali estarmos, o local foi utilizado para uma sessão fotográfica de moda. A particularidade do local tem atraído, ao longo do tempo, a atenção de fotógrafos e não só. A mais recente alusão ao local é a imagem da capa do álbum Slow Rush dos Tame Impala, cuja divulgação está agendada para o próximo mês.

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