sábado, 8 de janeiro de 2022

A insustentável leveza do sintoma

Era normal que a garganta se ressentisse da cantoria da noite anterior, pelo que não fez disparar o alarme. Da mesma forma que o nariz um pouco entupido não é nada de novo, acontece com alguma frequência e é defeito de fabrico. Por isso, a indisposição da manhã seguinte - a dor de cabeça, o calor seguido de arrepios de frio, o cansaço e o corpo moído - não foram propriamente antecipados. Muito menos a febre, fenómeno que, tirando um final de dia há uns 5 ou 6 anos, não sentia na pele desde a adolescência. 

Ao descrever os sintomas a quem tem maior familiaridade com eles levei como resposta "então mas isso é ter febre". Nada de novo, portanto. E, de facto, nada que o bom velho paracetamol não conseguisse resolver, passado algumas horas de ingestão de 1000 mg. A dor de cabeça, as variações de temperatura, o cansaço, a dor no pescoço, tudo isso desapareceu quase por completo. Ficou o tal nariz entupido do costume e a garganta dorida, que lhe costuma fazer companhia. A certa altura, chamaram a tosse para se juntar e fazer um trio que, por duas noites, resolveu fazer as suas performances sobretudo madrugada dentro, lá para as 3h, 4h da manhã, desnecessariamente interrompendo o meu rico sono. 

Os sobreviventes tornados peritos em Ómicron diziam-me que tinham tido só uma coisa leve, sem grandes repercussões e que passou depressa. Sintomas ligeiros, sintomas moderados, o Saúde24 que decida como os quer oficialmente classificar (quando resolver atender) - até porque parece que essa distinção pode influir com o número de dias de clausura. A mim, ninguém me tira da ideia que esta é das piores gripes que tive em muitos anos. E a febre, bem como os sintomas conexos, contribuíram largamente para a minha classificação. 

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