segunda-feira, 4 de julho de 2016

Um pouco depois das 8h15 surge uma senhora (sim, russa) para nos buscar.

A distância até à fronteira é muito pequena. Saímos da carrinha e ela ajuda-nos com os trâmites para sair de Israel. Depois de tratar da papelada (leia-se, pagar) diz-nos que temos de avançar até à saída, caminhar até à Jordânia e, do outro lado, dirigir-nos a um tipo chamado Hassan que tratará dos vistos de entrada.

Há um conjunto significativo de turistas nas mesmas condições que nós, a maioria a cargo de outro tipo que os trata como meninos da escola. Pouco depois, surge um segundo tipo, bastante musculado, lenço vermelho e branco na cabeça e óculos escuros. Este sim é o nosso guia, que nos levará na viagem de cerca de duas longas horas, com um ar condicionado não chega para as 11 pessoas dentro da carrinha.

Depois de uma curta paragem antes de começar a descer o vale, chegamos ao centro de visitantes. Daqui começamos a descer um caminho largo. Vamos parando, o guia vai explicando a história do local e apontando a nossa atenção para as grutas, os nichos, as construções nas rochas. Oitocentos metros até chegar ao início do Sik, o desfiladeiro que termina na construção principal do complexo. É aqui que começo a evocar o Indiana Jones, serpenteando por entre a estrutura impressionante, em alguns locais bastante estreita. Pouco mais de um quilómetro e, ao fundo, por entre o intervalo das paredes altas começa a vislumbrar-se o Treasury. Avançamos até sair do espaço delimitado pelas rochas e à nossa frente está uma estrutura ampla com o edifício mesmo de frente. Apetece entrar para ir procurar o cálice de madeira mas infelizmente não é possível visitar o interior.

Não temos muito tempo e todos querem ir até ao Convento, uma segunda estrutura similar ao Treasury (embora não tão impressionante) que fica a cerca de 3 quilómetros e a umas centenas de degraus de altura. Dada a restrição horária, o guia aconselha-nos a fazer negócio com os miúdos que alugam burros: 15 dólares mais gorjeta e em meia hora os pobres bichos levam-nos até aos limites do complexo, incluindo os degraus.

O tempo muda. O céu fica cinzento, o vento avança pelo túnel criado pelas rochas, levanta areia. Parece uma tempestade como nos filmes, sinto-me uma espécie de Lawrence da Arábia com uma única preocupação: fechar a máquina e pô-la no estojo para evitar que areia entre no mecanismo e danifique alguma coisa. Recusamos os burros à descida, as razias que fazem ao precipício já são suficientemente assustadoras à subida. Fazemos o trajecto inverso e estamos de regresso à hora combinada.

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