quarta-feira, 20 de julho de 2016

Não podemos apanhar o autocarro muito tarde na sexta-feira porque começa o sabbath e o serviço é interrompido.

A distância é pequena e a viagem curta, chegamos a Tel Aviv a meio da tarde. O hotel fica a poucos metros da longa praia ao longo da qual a cidade se estende. Tiramos o que resta da tarde para também estendermos as costas na areia e ignorar, como os locais, as placas com a indicação de proibição de nadar nas zonas não concessionadas, assim como as fitas vermelho e branco, que parecem delimitar o local de um crime.

Recebemos a notícia de que tinha havido um atentado, com vítimas mortais, nesta cidade uns dias antes, enquanto ainda estávamos no calor do deserto. Pouco depois houve um outro atentado numa discoteca nos Estados Unidos, com um saldo muito pior, e Tel Aviv de imediato saiu do radar da comunicação social.

É claro que as questões relacionadas com a segurança são incontornáveis em Israel mas a constante presença sente-se menos do que seria expectável – talvez por isso, porque é constante, transforma-se numa rotina que tende para a invisibilidade. Há, de facto, um aparato policial impressionante em zonas críticas como a cidade velha de Jerusalém e vêem-se bandos de miúdos fardados que deverão estar a fazer o serviço militar, que também é obrigatório para o sexo feminino. Mas talvez a única situação que me causou alguma estranheza é a dos civis que se passeiam com metralhadoras à tiracolo pela rua – militares de folga, voluntários? De resto, os procedimentos de segurança do aeroporto são exaustivos (eufemismo): convém ir com bastante antecedência sob pena de perder o voo com o tempo que a verificação do interior dos volumes levados para a cabine consome. E, a certa altura, passar num detector de metais para entrar num centro comercial ou numa estação deixa de ser notório.

Mas é só isso. Contrariamente àquela que pode ser a percepção generalizada, Israel é um país relativamente calmo, pacato e agradável para turistas. Os locais podem não ser a maior simpatia do mundo o que, novamente, me faz lembrar os russos, a propósito da sua proverbial hospitalidade.

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