segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Not my cup of tea

Esta coisa de ler o livro do Rossi é meio estranha, não é propriamente o meu tipo de leitura. Convencido, li e achei piada às histórias que ele conta. É certo que a parte das motas é chata e repetitiva, podia ter metade do tamanho; aquele toquezinho de arrogância de quem já conseguiu tudo também é dispensável. Agora, a verdade é que o Rossi está para as motas como o Federer está para as raquetas mas com muito mais graça: a Polleria Osvaldo, o teste do F1 da Ferrari, a cena de batatada com o Baggi, as comemorações das vitórias e os pódios, as negociações para a mudança para a Yamaha. Tudo isso (e muito mais) dava um filme.

Ou seja, gostei da irreverência. A irreverência em si, quase desculpa tudo. Mesmo as coisas mais brutas e descabidas, malcriadas e de gosto muito duvidoso. E, claro, é um mecanismo de mandar muros abaixo e mandar pedradas em charcos. E também pode ser divertida. Por isso tenho vontade de ir ver o Sacha Baron Cohen. Naquelas cenas insuportavelmente incorrectas que ele faz. Mas, lá está, no fundo está tudo desculpado.

2 comentários:

  1. Na minha opinião, a parte das motas é bastante interessante. Mas eu percebo que, para quem não acompanha o campeonato, sejam apenas intrigas palacianas.

    Apesar de reconhecer o meu enviesamento, não o acho particularmente convencido - ele efectivamente já ganhou tudo o que havia para ganhar. Em termos de vitórias, é o segundo piloto mais vitorioso de sempre, ficando atrás do Agostini, que, na sua época, competia em várias classes ao mesmo tempo... A ausência de falsas modéstias é, a meu ver, mais um sinal do seu carácter indómito.

    Curiosamente, o que eu rejeito totalmente não é parte das críticas, mas sim a parte que supostamente seria um elogio. É verdade que o Federer está na galeria dos virtuosos do ténis. Ainda que não o considere o melhor jogador de todos os tempos é o meu jogador favorito da actualidade.

    Porém, é bom não esquecer que não existe nenhum "Nadal" no registo do Rossi. Pelo contrário, é precisamente nos duelos com diversos pilotos que surgem as suas melhores manobras. Ele não teme o confronto directo, sendo neste aspecto mais parecido com o Nadal.

    Nos momentos cruciais da sua carreira, ele não ganhou corridas com a desistência por lesão dos seus grandes rivais, mas sim em ultrapassagens, na última curva, de tirar o fôlego!

    CD

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  2. Bom, arrogante até pode ser um pouco forte. Talvez cocky seja uma melhor palavra.

    Não era exactamente esse o objectivo da comparação com o Federer. O que eu queria era alguém que fosse um expoente máximo de um dado desporto e não fosse divertido, para poder fazer o contraste. Poderia ter posto o Tiger Woods e tacos, o Michael Jordan e cestos ou o Ali e luvas de boxe. Mas como não sei se eles são irreverentes como o Rossi e como sei que o Rogério é um copinho de leite...

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