quinta-feira, 16 de julho de 2009

Não faças hoje o que podes deixar para amanhã.

Estou cada vez melhor a levar à letra a sabedoria popular. Não é bem preguiça, é uma letargia pesada, arrastada. Como qualquer boa letargia. E depois deixo mesmo tudo para amanhã. Ando há meses para fazer coisas pequenas, pequeninas, daquelas que rapidamente poderia resolver em três tempos e fazer um certinho na lista que, por acaso, até cheguei a fazer.

Apetecer. Não me apetece. E desta vez apetece-me fazer-me a vontade de não me apetecer. Chego a não fazer aquilo que me apetece só porque não me apetece fazer. E faço alguma questão, faço disso um certo ponto de honra.

Procrastinar. A forma mais chique e a roçar o científico. Para já estou a conseguir. Sem grande esforço, diga-se. O que faz algum sentido, já que o objectivo é deixá-lo de fora da equação. Ronha. Não é que o tempo passe mais devagar, continua com a mesma velocidade que só parece elevada quando olhamos para trás, por cima do ombro. Sou eu que estou mais lento. Às vezes é um estado quase catatónico. Alheamento, a não reacção a estímulos do exterior.

Estímulo. Por vezes, sinto uma certa inquietude pela inactividade. Um nervoso miudinho. Não estou habituado a isto. E então tentei enganar-me. Deliberadamente. No topo da minha lista, letras garrafais, bem redondinhas: “Não faças nada de jeito”. E, portanto, é só continuar a cumprir.

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