domingo, 5 de julho de 2020

At arm's length

A distância passou, nos dias que correm, a ser um tópico incontornável por uma razão bastante palpável. Distância física, neste caso. Para além desta, há também uma distância, não necessariamente física, entre pessoas. O relacionamento entre pessoas é, entre outros, função dessa distância, que tem um determinado nível óptimo: há aqueles que funcionam bem aos mesmos 2 metros recomendados pelas autoridades de saúde, como outros a 2 centímetros, e mesmo outros a 2 milhas. No limite, a 2 mil milhas, que começa a ser o equivalente a dizer que o melhor relacionamento é a sua ausência. 

Determinar essa distância não é pêra doce, não é fácil calcular essa função quadrática e maximizá-la. É um equilíbrio, como quase tudo. E como quase todos, difícil de manter, como diz o cliché. O problema é a assimetria do erro por defeito ou por excesso. É perfeitamente possível lidar com o primeiro, quase ad eternum; já o último é, normalmente, irreversível: depois da constatação da falta de adequação, por excesso, de um determinado nível de proximidade, é virtualmente impossível voltar atrás. Pelo que os erros de julgamento tendem a só ser feitos uma vez: a última.   

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