quinta-feira, 2 de julho de 2015

A cruz que se descarrega

Meses de campanha, a correr o país de comício em comício. Entrevistas atrás de entrevistas, debates com os rivais, preparados ao milímetro, na defesa e no ataque. Acompanhamento quase maníaco das sondagens, reuniões com o director de campanha e a entourage, gestores de imagem. Tudo isto lhe veio à cabeça enquanto escrevinhava no boletim de voto uma cruz convicta no seu principal adversário. Quem pensa que é o melhor candidato, tinham-lhe perguntado na recta final da campanha; deu a resposta óbvia que todos os que se vêem naquela posição dão: eu. E agora pensava na brutal ironia de tudo aquilo. Dobrou o papel em quatro e regressou à urna para a fotografia da praxe e para prestar declarações aos jornalistas, reiterando a sua confiança na vitória.

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