sexta-feira, 25 de julho de 2014

The frayed ends of sanity #2

Estou na zona de quartos do IKEA quase a acabar de escolher aquilo que preciso e a pensar em sair. De repente, um anúncio daqueles típico
Pede-se ao proprietário do veículo com a matrícula
Por acaso (e só por acaso) apercebo-me que se trata do meu carro - quem é que liga a estes anúncios por microfone, normalmente com vozes nasaladas e monocordicamente aborrecidas? - porque no final do anúncio dizem a marca, o modelo e a cor.
Pego rapidamente nas últimas coisas que preciso e largo no sentido das caixas e da saída. Faço um slalom difícil por entre as pessoas que vão de passeio e caminham a um passo lento, olhando em todas as direcções como se fosse a primeira vez que visitassem a loja sueca. Enquanto tento ultrapassar os obstáculos roçando os limites do código de estrada dos hipermercados e os do carrinho onde tenho as minhas compras (acelerações alucinantes, travagens bruscas), vou imaginando na minha cabeça o que poderá ter acontecido para que me chamem pelo altifalante. Terão batido no meu carro? Terei eu batido em alguém?
Quando finalmente chego perto do carro, vejo um funcionário com uma fila de carrinhos de compras no sítio onde estacionei. Dá-me uma descasca
Acha que isto é sítio para se estacionar?
É então que reparo que estacionei na passadeira que ele precisa de usar para passar. Peço-lhe desculpa (que mais?). E ele continua
Não tinha mais onde estacionar?
O segurança de colete amarelo fluorescente aproxima-se, pergunta-me se ouvi o anúncio, diz-me que não me preocupe que não tem problema
Tem problema tem, estacionei numa passadeira e não dei por isso

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