quarta-feira, 19 de março de 2014

Ou está sentado à secretária ou à entrada a fumar um cigarro logo de manhã.

Tem sempre uma cara carregada. Passo por ele – sou sempre eu que passo por ele, está sempre antes de mim – e cumprimento-o. Às vezes demora um pouco mas responde sempre com um bom dia longo, com os i’s arrastados pela voz de fumador
Bom diiiiiia
que soa tremendamente forçado. Às vezes apetece-me não lhe dizer nada – acho que gostaria não ter que responder a mais outra pessoa, deve passar a manhã toda a dizer
Bom diiiiiia
Percebo que não tenha vontade de dizer mais uma vez. Mas se não o fizesse seria eu o mal-educado que não fala às pessoas. Depois imagino se, não situação contrária, me pouparia de ter que lhe responder, assumindo o ónus da má-criação. E acabo a pensar na forma como digo bom dia.

Sem comentários:

Enviar um comentário