quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Mão

Passa por detrás da cadeira onde ela está sentada de livro na mão, virada para o mar. Quando está exactamente por detrás dela, a mão esquerda suavemente no cabelo loiro apanhado. Ela vira-se para trás, sentido o toque, responde à pergunta que ele lhe faz – qualquer coisa sobre o pedido que fez no bar. Mas a mão. A mão sempre na cabeça, no cabelo de um loiro pouco uniforme, como que a suportar, a amparar. Uma mão grande e robusta mas de uma suavidade própria. Chama-lhe filha e, pouco depois o nome, numa voz grave e funda. A pergunta e a resposta terminam, ela volta a virar-se para a página do livro aberto e para o sol do mar lá ao fundo. E ele retira lentamente a mão grande do cabelo loiro, apanhado no alto da cabeça.

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