sexta-feira, 30 de julho de 2010

Calada.

Um coro à volta. Ruídos, barulhos, zumbidos. Perguntas, afirmações, querem fazê-la falar, abrir a boca semiaberta. Ela está calada. Muda, queda. E o ruído. Tudo à volta, perguntas, agitação, provocam-na para quebre o silêncio, que fale, que grite, que chie, que rosne, que cante, que berre, que guinche mas tudo o que acontece é o silêncio. Calada. Não reage. No meio da chinfrineira, dos chilreio constante, dos zumbidos irritantes que sobem pelos ouvidos acima e doem, de certeza que doem. E nada. Silêncio. Ela está calada. Demasiado calada. À agitação à volta, um coro de perguntas inquisitórias, insinuantes, insolentes e quando, de repente, finalmente, no meio dos ruídos, barulhos, zumbidos.
Quem é que matou o meu morto?
E então tudo ficou calado à sua volta.

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