domingo, 11 de agosto de 2019

Descia a Almirante Reis uns quantos passos à minha frente.

Do outro lado da avenida em relação à Igreja dos Anjos. Magro, as calças de ganga velhas ficavam-lhe largas nas pernas e no rabo. Tinha o cabelo escuro e ralo, puxado para trás. Levava um saco de plástico na mão esquerda. De repente, parou e agachou-se perto de uma poça de água, formada no pequena depressão na calçada do passeio. Água da chuva que tinha caído de manhã, escura e suja. Enfiou o braço esquerdo pelas alças do saco para libertar aquela mão e enfiou as duas dentro da poça. Esfregou-as, uma contra a outra. Depois de molhadas, passou-as pela cara. Levantou-se, sacudiu as duas mãos e continuou a descer a avenida.

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