sábado, 20 de janeiro de 2018

A estrada circular da cidade leva-me, por alguns momentos, até à Madeira:

faixas de alcatrão repletas de curvas, subjugadas pela topografia acidentada. Uma cidade que cresce à medida que se afasta do mar e ganha altura. As dificuldades crescentes começam a surgir em catadupa assim que quando deixo esta estrada em direcção ao local da pernoita, no centro da cidade.

A luta com o Google Maps que se seguiu durou uma boa hora. Nem sempre a aplicação deu as indicações correctas e, quando deu, nem sempre foram devidamente interpretadas dada a miríade de opções disponíveis. A deambulação inicial pela cidade incluiu uma rua estreita sem saída, que obrigou a uma longa, muito desagradável e arriscada marcha-atrás, prendada com um agradável cheiro a embraiagem queimada.

À medida que vou conduzindo – nesta circunstância, sinónimo de sofrimento –, vou olhando em redor e verificando que praticamente todos os carros, apesar de na esmagadora maioria de pequenas dimensões, têm mossas, batidelas e raspões. Alguns têm pedaços de para-choque ou guarda-lamas colados com fita gomada.

Três telefonemas, algumas perguntas a transeuntes e muito vernáculo depois, o local pretendido finalmente surgiu à nossa direita. Poderia dizer que se tratava de uma rua estreita mas isso seria reiterar o óbvio. Posso acrescentar, no entanto, que não tinha saída. Mas o mais importante é que, à esquerda da parede onde terminava, se encontrava a entrada de uma garagem, que nos foi indicada para deixar a viatura.

Caracterizo a sensação de alívio ao parar o Opel Corsa naquela gruta escavada na rocha transformada em local para guardar veículos ao abster-me de adjectivar. Acrescento apenas que se trataram de dez euros por noite muito bem gastos. E que os cinco pisos, sem elevador, que se seguiram até à porta do apartamento, com um vão de escada apertado e degraus altos e irregulares foram canja de subir com armas e bagagens às costas.

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