quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Sapo a sapo, encher o saco

Há pouco, numa entrevista no telejornal da RTP, João Adelino Faria desculpou-se pelo termo antes de perguntar a Catarina Martins se ela não iria engolir um sapo nos casos de medidas em que o BE discorda do PS e que não estão vertidas no acordo que os dois partidos assinaram.

A expressão tem aliás tido bastante tempo de antena recentemente. Por exemplo, no Governo Sombra, Ricardo Araújo Pereira aconselhou Francisco Assis a, na próxima refeição com o seu grupo de apoiantes, a trocar o leitão na Mealhada por um sítio onde sirvam perninhas de rã para se ir habituando ao "sapinho" que terá de engolir.

Saber fazer cedências é saudável e, possivelmente, sinal de maturidade. Mas há um limite (também saudável) para as muitas (e grandes) cedências que estamos dispostos a tolerar. Em demasia podem acabar em azia - uma expressão que, curiosamente, surge mais no âmbito do futebol do que da medicina.

Este parece-me ser um grande problema actual: um conjunto variado de uma espécie de bombas-relógio, cujos ponteiros avançam sapo a sapo.

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