domingo, 1 de novembro de 2015

Descansamos um pouco após a primeira tirada a subir o monte.

Bebemos água – apesar do céu carregado, do caminho relativamente acessível, o calor faz-se sentir e cola-se-nos à pele. A vista não é a que queremos, a camada de nevoeiro não nos deixa ver tudo o que se poderia alcançar.
Paramos para almoçar num casinhoto, à beira de um cruzamento entre duas estraditas de cimento, juntamente com outros grupos de turistas que fazem trekkings como nós. A seguir ao almoço
“F’ied ‘ice with chick’n”,
a preferência que tinhamos manifestado ao início da manhã, somos rodeados por senhoras que treparam a encosta connosco de manhã e que, pelo caminho, já haviam manifestado a vontade de que lhes comprássemos algo
“You buy something f’om me, sir’”,
com um sorriso de dentes escuros mas contagiante. Algumas fizeram o percurso de chinelos e de pés imundos, uma com um bebé corpulento às costas o tempo todo. Abrem os sacos e mostram-nos o que têm para vender, colocam em cima da mesa. Não conseguimos dizer que não e deixamos algum dinheiro em troco de algumas bolsas, trapos e instrumentos musicais.
Quando acabamos as compras pós-prandiais, a nossa guia senta-se connosco e oferece-nos duas alternativas. A partir daqui, a maioria dos trekkings segue a estrada de cimento que foi colocada para as motos atingirem a montanha até à aldeia no sopé. Em alternativa, propõem-nos seguir um little path, sem turistas, e much more beautiful. É mais difícil e escorregadio, e só pode ser feito porque hoje não choveu. De imediato, e obviamente, escolhemos a segunda opção.
O caminho exige a nossa constante atenção mas, nos intervalos em que deixamos de olhar para baixo e pensar no próximo obstáculo, vemos os campos de arroz. Quase como numa espécie de socalcos, alimentados por pequenos carreiros e cursos de água.
A certa altura passamos no que parece ser as traseiras de uma casa, um grupo de miúdos riem-se à nossa passagem e falam entre eles. A nossa guia ouve a conversa e ri-se também. Explica-nos (traduz-nos) que os miúdos comentam que nunca viram gente tão grande.

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