domingo, 4 de janeiro de 2015

Bitola

Dois dedos são uma espécie de medida universalmente aceite daquilo que é q.b. – nem a mais, nem a menos. Por exemplo, uma pessoa sensata é uma pessoa com dois dedos de testa. Se tivesse apenas um dedo não teria, aparentemente, toda a sensatez e maturidade necessárias. Mas e com três dedos de testa? Seria tanta sensatez junta ao ponto de ser demasiada? Tornar-se-ia aborrecida pelo dedo adicional ou teria apenas uma testa muito grande qual monstro do Frankenstein?

Curioso é também a questão dos dois dedos de conversa. O que acontecerá se apenas tivermos um dedo de conversa? Ficará a meio e a saber a pouco porque muita coisa ficou por contar e discutir? E será que com três dedos de conversa estaremos a raiar o fala-baratismo? Muito interessante é que, nestes casos, este terceiro dedo (ou quarto, ou quinto, etc.) parece sofrer uma mutação para outra referência anatómica: falar pelos cotovelos.

A questão é se também se pode escrever pelos cotovelos. Dois (?) dedos de testa sugerem-me que talvez seja este o momento para um ponto final.

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