segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Se lhe perguntassem não saberia responder.

Percebeu-o de repente. Não saberia dar uma resposta minimamente coerente. Ainda se fosse uma pergunta elaborada e rebuscada. Mas não. Muito pelo contrário. Porra, era a pergunta mais óbvia e natural. E isso deixou-a assustada. Petrificada E então pôs-se rapidamente a tentar inventar qualquer coisa, burilar qualquer coisa em cima do joelho, que soasse relativamente bem. E assim ficava preparada, sentia-se mais segura porque sabia que era só uma questão de cuspir aquelas palavras quando o momento certo surgisse – momento esse que seguramente iria surgir, toda a gente sabe que os momentos certos surgem sempre. Mas nem isso a deixava totalmente confortável. Tinha receio que não funcionasse, que não conseguisse imprimir a convicção necessária.

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