segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Trapos de língua #13

O mais elaborado dos números em alemão surge quando se atinge os vinte e um. Passamos por toda a zona dos onze aos dezanove a dizer coisas como “vierzehn” e “achtzehn” e, de repente, “einundzwantig”. Assim, sem mais nem menos. Parece ao contrário: literalmente, “um e vinte”. Já para não dizer que fica tudo pegado, com o “und” no meio a colar duas palavras. E a lógica segue. “Dreiundviertzig” é o quarenta e três e “funfundfunfzig” é o cinquenta e cinco. Ora o problema está na analogia com o inglês. Estes casos seriam, respectivamente, “twenty one”, “forty three” e “fifty five”, o que vai ao encontro do que parece instintivamente lógico.

Mas é curioso verificar que os alemães mantém uma certa coerência. Os números entre dez e vinte são compostos por um algarismo somado de dez: “sechzehn” é a soma de “sech” e “zehn”, ou seja, “seis” e “dez”. E é essa a coerência que é continuada para os vintes, como o tal “einundzwantig” ou “um e vinte”. Nós fazemos uma coisa parecida mas pela ordem inversa. Ou seja, dizemos, “dezasseis”, “dez” mais “seis” e depois “vinte e um”, “vinte” mais “um”. Quem baralha duas lógicas diferentes, afinal, são os anglo-saxónicos. Veja-se o “sixteen”, “six” mais “ten” e o “twenty one”, “twenty” mais “one”.

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