quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Trapos de língua #7

De início fazia-me alguma confusão que fosse preciso ter sempre o pronome perto do verbo conjugado. “Je sais”, “I know”. Porque em português eu podia dizer “sei” e estava arrumado o assunto, toda a gente sabia que era eu que sabia. Depois reparei na relação unívoca entre as formas verbais e as pessoas a que se referem. A forma “sei” não se confunde com a de outra pessoa e, portanto, só posso estar a referir-me ao “eu”. Da mesma forma que, por exemplo, “sabes” só pode ser “tu” e “sabemos” “nós”. E da mesma forma que os espanhóis, porque “sé” só se for “yo”, “sabes” “tu”, etc.

É claro que em inglês isto é impossível. O “know” pode referir-se a “I”, “you” (singular e plural), “we”, “they”. Em francês, embora a escrita permita diferenciar alguns dos casos (primeira e segunda pessoas da terceira, no caso do verbo “savoir”) a fonética é exactamente igual: “je sais”, “tu sais”, “il sait” não têm nenhuma diferença excepto no pronome. Com verbos regulares do primeiro grupo, a confusão alastra um pouco mais: “je mange”,”tu manges”, “il mange”, “ils mangent”. Em alemão, a primeira e terceira pessoas do plural, no presente, são iguais ao infinitivo do verbo: “wir wissen” e “sie wissen”.

Só num pormenor a lógica falha: nas terceiras pessoas. “Ele” ou “ela” “sabe”; “eles” ou “elas” “sabem”?

4 comentários:

  1. Começo a achar que o espírito da Carolina Michaëlis encarnou em ti... CD

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  2. Ehehe... se um dia resolver escrever sobre culinária posso encarnar a Filipa Vacondeus?

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  3. Se quiseres podes optar pela Bobone... no que diz respeito a boas maneiras, claro!

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  4. Ehehehehe, bem preciso... de boas maneiras, claro!!

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