terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Durante semanas, as portadas abriam, de par em par, para o amarelo outonal das folhas.

Uma invasão de cor em dias de céu maioritariamente cinzento que, aos poucos, foi desaparecendo. Começou na manhã em os "sopradores" de folhas acordaram toda a vizinhança: de aparelhos barulhentos em riste, amontoaram as folhas caídas a um canto para depois as varrer do chão. Nesse período, casais de namorados aproveitaram a o mesmo amarelo outonal, agora no passeio, para tirar retratos, daqueles que acabam nas redes sociais, com esse pano de fundo. O processo de queda das folhas pareceu obedecer a uma coreografia ensaiada, começando numa das árvores e só passando para as seguintes depois de totalmente terminado na anterior. Consequentemente, árvores completamente nuas coabitaram com árvores ainda completamente vestidas. Neste momento, apenas uma ainda tem folhas, todas as outras têm os ramos magros totalmente expostos. E, praticamente, não se vê uma folha no chão.  

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