domingo, 14 de abril de 2019

Grazie a te

Ouve-se falar italiano na fila que se vai formando antes da abertura das portas do cinema. Ou então, um português aprendido, com um sotaque adocicado. Quando o filme termina e o actor convidado é submetido a uma sessão de perguntas, na sua maioria são colocadas por concidadãos: o público português é o mais tímido da Europa, avança o apresentador - também ele um italiano luso-falante com aquele toque de açúcar mascavado - como possível explicação para o parco envolvimento dos locais.

Imagino a situação inversa, i.e., um festival de cinema (ou música, p.e.) português e eu na condição de expatriado. Questiono-me se seria presença assídua, da mesma forma que fui (e ainda me falta ver alguns filmes) nesta festa do cinema italiano e chego à conclusão que altamente duvidoso. Porque conheço mal o cinema do meu país? Porque me desperta menos curiosidade do que algo mais distante (sou provinciano?)? Sou um mau exemplo e compatriotas meus fariam a língua de Camões ouvir-se nas filas e encheriam as salas? Tudo plausível. Embora continue a achar que fariam menos perguntas no final.

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