quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Os condenados são normalmente arrastados até ao local.

Não é um trajecto que, normalmente, se faça de livre e espontânea vontade, de bom grado. No caso do invisual, o motivo era duplo: à sua resistência a realizar o seu último trajecto, havia igualmente a questão óbvia de não conseguir ver onde punha os pés. Ali chegado, foi devidamente preso, não só para evitar uma tentativa desesperada de fuga, mas também que caísse por terra caso lhe faltasse a força nas pernas. Perguntaram-lhe se tinha últimas palavras e ele balbuciou-as atabalhoadamente. Depois disso, mexeu a boca, à procura, quase como estivesse a tactear o ar, do último cigarro que lhe haviam colocar nos lábios. E, antes de o pelotão apontar as armas na sua direcção e se preparar para disparar, colocaram-lhe uma venda nos olhos.

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