segunda-feira, 16 de outubro de 2017

A funcionária do aeroporto de Viena pede-me para ver o cartão de embarque e a minha identificação enquanto aguardamos.

Mostro-lhe o meu cartão de cidadão e o visor do telefone mas ela quer em papel para poder rabiscar e, desta forma, poupar-me a ter de mostrar novamente quando for o momento de entrar para o ambiente. E diz-me
I think you wouldn’t be lucky when I wrote on your phone

Duas coisas que não fazem sentido. Começo pela segunda: “when” é claramente “if” e está relacionado com o facto de o “wenn” alemão significar as duas coisas, apenas o contexto da frase os distingue. Mas concentremo-nos na segunda, outro falso amigo com o qual ainda não me tinha deparado a falar inglês com nativos da língua alemã. O “lucky” não é “lucky”, é “happy”. Acontece que “glücklich”, de “Glück”, que significa sorte ou felicidade, tanto pode, por isso, ser “sortudo” como “feliz” ou “contente”.

Esta coincidência dos dois significados na mesma palavra é interessante. Porque parece que a felicidade ou o contentamento germânicos são fenómenos de sorte, como se fossem exogenamente determinados por um acaso favorável, e não algo decorrente de uma acção levada a cabo por aquele que se sente feliz ou contente.

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