terça-feira, 20 de outubro de 2015

Saímos de casa para o aeroporto com uma curta paragem para fazer primeiro.

Um amigo pede que lhe levemos algo para uma conhecida que vive em Hanói. Passam agora algumas dezenas de horas desde que saímos de Paris, e após uma curta paragem no hotel, seguimos a sua recomendação de ver o pôr-do-sol na ponte Long Biên. The best view in Ha Noi. É aí que combinamos encontrarmo-nos.

Saímos para o calor opressivo da rua e começamos a tentar andar pelo aparente caos das ruas estreitas. Atravessar a rua é um quase acto religioso, um salto de fé. Ninguém sequer considera a possibilidade de nos deixar atravessar – a única forma é atravessar. E, assim que se começa, não se pode voltar atrás. Sem hesitar. Segue-se cuidadosamente, deixando as motos serpentearem, passarem à nossa frente ou atrás. Paramos a olhar para algumas manobras, rimos incrédulos do que vemos.

Enganamo-nos no lado da ponte, descemos, damos a volta para subir do lado certo. Andamos por um passeio estreito e, por vezes, interrompido, que ladeia uma faixa para motorizadas. A meio, uma plataforma mais larga permite que estejamos fora do passeio, com espaço, a olhar para o perfil da cidade, iluminado pelos tons do sol que se esconde. Por debaixo, o rio vermelho, a vegetação, e o lixo.

Ela finalmente chega. Atrasada, de moto, a forma mais prática de alguém se movimentar em Ha Noi. Quando finalmente nos livramos do emaranhado do trânsito da ponte e conseguimos falar, propõe-nos um sítio onde jantar. E dá-nos à escolha: ou nos metemos num táxi e nos encontramos com ela no restaurante ou um de nós vem com ela e ela arranja quem leve de moto os restantes dois. Escolhemos a segunda opção quase instintivamente.

Pouco tempo depois das primeiras lutas para navegar por entre as motorizadas das ruas de Hanói, estávamos em cima de uma.

Sem comentários:

Enviar um comentário