quarta-feira, 4 de julho de 2012

Cocoon

Ouço a campainada atrás de mim. Não vou na faixa das bicicletas, vão duas raparigas a bloqueá-la e daí o ruído irritante. Passa no meio de nós, a pedalar com uma suavidade inconcebível, uma segurança que quase embala. Retira a mão esquerda do guiador, parece que vai esticá-la para indicar uma mudança de direcção que não faz sentido, não há para onde virar ali. Depois percebo. A mão segue o movimento até ao cesto que repousa na protecção da roda traseira. Lá dentro vai um cão, deitado, aconchegado. Faz-lhe uma festa na cabeça como que a pedir-lhe desculpa pela buzinadela.

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