Um paredão com cadeiras e espreguiçadeiras e escadas de metal para aceder à água, como se fosse uma piscina. Está bastante vento e a aquela (chamemos-lhe) praia desprovida de areal ganha contornos muito pouco convidativos. Já para não dizer que a viagem entre o lago de Ohrid e Saranda, mais de seis horas para cerca de 300 kms, teve o seu desgaste: várias vezes fomos enviados pelo Google para caminhos sem saída ou estradas ao abandono; outras tantas, não reconheceu a existência de estradas que, manifestamente (juro!), existem.
Subimos até ao terceiro andar, uma vez mais sem um elevador que nos ajude com as malas, para o quarto com uma varanda virada para a varanda do prédio da frente – num canto, dá para ver um pouco da assim-designada praia. A casa de banho é mínima, o chuveiro é tão pequeno que seria impossível ter porta; nem sequer cortinado tem, o esforço de evitar encharcar o chão é a definição de inglório.
Com desejos de peixe, não satisfeitos pela oferta nas zonas servidas pelo lago – trutas, carpas e pouco mais, espécies que não aguçam muito o olho – aproveitamos o facto de estar na primeira zona costeira da viagem. O restaurante com a melhor classificação no trip advisor é um estabelecimento pequenino, familiar, com uma meia dúzia de mesas de duas pessoas, na rua, que quase bloqueiam o passeio. Dois casais de turistas, com pinta de alemães, terminam a refeição. O menu é curto e grosso. Pedimos uma dose de camarões, polvo e, supostamente, apenas uma dourada. Mas quando, após os primeiros pratos, o senhor aparece com dois pratos de dourada, sou incapaz de dizer que não.
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