Como se fossem daqueles durões que gostam de exibir as cicatrizes resultantes de brigas e rixas. Neste caso, um cerco de mais de 1400 dias, o mais longo da história da guerra moderna. Coabitam com prédios de construção moderna, que parecem ser escritórios, envidraçados que espalham a luz como espelhos.
Na recepção do hotel, a funcionária veste um hijab azul, que contrasta com a pele muito branca. Tem uma voz doce e o melhor inglês com que nos deparámos em quase quinze dias. O quarto é no primeiro andar e, quando lhe perguntamos se há elevador, diz-nos que não
It’s ok, you are men
e faz um gesto que evidencia o bicípite. Pego na mala, pouco convencido.
Palmilhamos a zona central da cidade, as ruas pedonais que se iniciam na praça conhecida como a dos pombos, repletas de lojas e esplanadas, algumas das quais ocupadas por pessoas a fumar shisha. Comemos cevapi – umas salsichas pequenas de carne picada, servidas num pão circular, acompanhadas de bocados de cebola – e burek – uma espécie de pastel de carne. Entramos no pátio da mesquita, perto da torre do relógio.
Para lá da zona mais velha da cidade, as ruas adquirem um aspecto mais moderno, as lojas passam a ostentar as marcas internacionais. Passamos por uma igreja católica. Um grupo de miúdos faz uma sessão de breakdance atrás de um recipiente para receber moedas. De acordo com uma inscrição, pretendem ir a um concurso de dança e precisam de angariar dinheiro.
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