O único autocarro disponível deixa-me a cerca de um quilómetro do hotel, uma perspectiva que deixa de me parecer razoável mediante as condições. Opto pelo táxi oficial de preço tabelado, apesar das inúmeras solicitações que recebo no pequeno trajecto após a passagem da alfândega – onde sou interrogado e a minha mochila perscrutada – e o balcão.
Indico o destino numa banca à saída do aeroporto. A mulher mal-encarada escreve num papel o montante tabelado que devo entregar ao taxista. Lá fora, alguns turistas como eu tentam perceber onde começa (e acaba) a fila para os táxis. Quando chega aquele que parece o meu, tendo em conta a ordem do universo, o tipo faz-me sinal negativo e dirige-se antes à família de locais que estava antes de mim e ficam ali, parados, à conversa. Finalmente chega o táxi que me há de levar.
De imediato me diz que não me pode deixar exactamente à porta, porque é numa rua pedonal, mas deixa-me no início da mesma e dá-me a indicação para onde me devo dirigir, não muito longe. Alguns pingos de chuva depois e estou à porta, que dá para um lance de escadas que, por sua vez, termina na porta que dá acesso à recepção.
Lá dentro, está um grupo a fazer check in. O tipo alto e grande que está na recepção pede-me para esperar. Ainda não tinha acabado de receber o primeiro grupo quando chegou outro ainda maior, casais com vários filhos que rapidamente ficam irrequietos de esperar naquele sítio apertado.
Quando chega a minha vez, pede-me desculpa pela confusão. Depois dá-me a excelente notícia de que me colocou num apartamento noutro edifício, para que estejamos mais à-vontade, longe da confusão destes grupos e das crianças, e pelo preço do quarto que marcámos. Pergunta-me – enquanto limpa o suor da testa – se posso passar depois pela recepção, se pode para já levar-me só ao apartamento e depois regressar para receber o outro grupo e tratar da papelada depois disso.
Digo-lhe que sim e atravessamos rapidamente a rua, onde aproveita para me perguntar o que passa com o Sporting. Dou-lhe uma resposta abreviada (até porque não sei muito) e fico surpreendido pelo bem informado que ele está, não só sobre as questões extra-desportivas, mas também sobre o campeonato português em geral.
O apartamento é realmente enorme, muito espaçoso. Recebo algumas instruções rápidas – a porta tem uma pequena manha e nada de desligar o interruptor que liga a caldeira senão lá se vai a água quente – e ele sai apressado. Três quartos de hora depois, após uma luta inglória com a ligação do wifi, regresso à recepção. Agora já não está ninguém e ele está mais calmo. Devolve-me o passaporte, dá-me um mapa de Belgrado onde rabisca a localização de alguns dos ex-libris, assim como zonas com os melhores restaurantes, daqueles onde se come a carne sem muitos temperos, como fazem noutros locais.
I like the meat clean
acrescenta e eu sinto-me forçado a concordar. Não contém a curiosidade e pergunta-me quais são os planos de viagem e explico-lhe abreviadamente. Agradeço-lhe, terminamos a conversa e saio para a rua.
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