terça-feira, 20 de outubro de 2009

Trapos de língua #5

“De dez em dez minutos uma pessoa é assaltada em Nova Iorque”. A interpretação normal desta frase seria presumir que as vítimas dos assaltos são pessoas distintas. No entanto, esta frase é ambígua porque também pode ser empregue para referir o caso em que é sempre o(a) mesmo(a) infeliz que é assaltado(a) vezes sem conta. A razão para a escolha da primeira interpretação é simples: o primeiro caso é mais provável do que o segundo caso.

Há um princípio economicista por detrás da evolução das línguas. Aparentemente, tornar o discurso “desambiguo” é custoso. E, portanto, para uma frase que possa ter mais do que um significado mas em que um deles tem uma probabilidade suficientemente grande (ou suficientemente pequena), introduzir uma explicação adicional que resolva essa ambiguidade é de uma utilidade praticamente nula. Esta ideia de que todos nós fazemos uma espécie de análise de máxima verosimilhança quando comunicamos é o que diz (de outra forma e mais coisa menos coisa) a regra de Horn.

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