Sentado sobre um cartão na calçada, encostado à parede. Uma manta, um cobertor sobre as pernas, os joelhos, um boné na cabeça. Uma caixa (de plástico?) à frente, para as moedas daqueles que resolvem contribuir. Para os outros, aqueles que como eu passam como todos os dias, tem umas palavras preparadas, prontas a ser disparadas mas em surdina, murmuradas, insinuantes.
Hoje, quando ia a passar, parou uma viatura comercial em segunda fila. Do lugar do pendura, saiu um homem de bata branca, careca, óculos. Levava qualquer coisa na mão, ia fazer certamente uma entrega no pequeno portão mesmo ao lado da parede onde as costas do pedinte repousam. Passou muito rápido pela manta e o cartão depositados no chão e soltou um “bom dia senhor engenheiro”. O outro, lá de baixo, respondeu “bom dia senhor arquitecto”.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Costuma estar logo ali ao lado da Versalhes.
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