terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Trapos de língua #21

É curioso como nas línguas latinas arrumamos tudo em dois géneros. Não há nada que não seja passível de ser classificado como masculino ou feminino. E, no limite, há tanta coisa que não faz sentido encaixada nesta lógica. As línguas germânicas e eslavas resolveram esta questão e arranjaram um terceiro género, o neutro, que resolve os casos em que atribuir um género é complicado. Por exemplo, “carro” é, para nós, uma palavra masculina. Pensando friamente no assunto, tenho alguma dificuldade em perceber por que carga de água será um carro masculino – aparte a óbvia associação sexista de homens a carros.

Em alemão, “Auto” é uma palavra neutra.
Mais. “O homem”, “der Mann” é claramente masculino; “a mulher”, “die Frau”, é claramente feminino; mas “a criança”, feminino para nós, é, na verdade, uma palavra que se pode referir tanto a um rapaz como a uma rapariga. Os alemães resolvem a questão com “das Kind”.

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