“Faire un bordel” é fazer confusão. Um “con” é um tipo parvo. Só isso. Em contrapartida, chamar “conas” a um português pode ter exactamente o mesmo propósito mas tem muito mais força, continua a ser uma palavra com impacto. Outro: o “je m’en fous” está mais próximo do “não quero saber” do que do “estou a foder-me para isso”. Embora, literalmente, seja igual ao segundo.
Ou seja, de certa forma, as "gros mos" são tão corriqueiramente usadas que acabaram por perder parte do seu significado. Esta desacralização dos palavrões é interessante, é uma quase democratização de todas as palavras, como se nenhuma fosse mais baixa do que outra, e que não existe em português – pelo menos não ao mesmo nível. Mas tem certamente os seus inconvenientes. No dia em que quiserem mesmo insultar alguém, os espanhóis e os franceses vão ter menos pedras para mandar aos outros que nós.
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