O exercício era chato e, em si, pouco interessante. Servia apenas para ganhar destreza e velocidade nos dedos, era um exercício de técnica. Para ter noção da evolução, pediu-me que fosse tomando nota da velocidade (em batidas por minuto) a que conseguia executá-lo (e limpinho, não vale fazer a uma velocidade em que não consigas verdadeiramente controlar) por datas. No final, o objectivo seria traçar um gráfico com uma unidade de tempo no eixo das abcissas e uma de velocidade no das ordenadas. Aquilo que iria obter era um gráfico côncavo, mais inclinado no início e, depois, progressivamente menos inclinado para o final: de início, é possível ter grandes ganhos de velocidade em pouco tempo; depois, cada vez é preciso mais tempo para obter ganhos menores e, no limite, infinitesimais.
Esta curva descreve grande parte dos processos de aprendizagem. Muita informação e progresso rápido de início, muito trabalho para ligeiras melhorias no final. Aquele milésimo de segundo que os atletas profissionais querem retirar ao tempo actual pode demorar anos a obter. E é aqui que a motivação adquire uma importância muito grande. É mais fácil encontrá-la na parte mais inclinada da curva em que a proporção entre resultados obtidos e tempo e esforço dispendidos é mais favorável do que no final em que este rácio é menor.
sábado, 15 de agosto de 2009
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