Antes de prosseguir no que me parece uma indicação altamente duvidosa, abordo dois locais. Não reconhecem a pousada pelo nome. Mostro-lhes a confirmação da reserva e tudo se esclarece: é uma pousada recente, fica fora da povoação e o dono, o Silvino, esteve com eles há uns minutos atrás.
Liga e diz-lhe que estás ao pé do Carlos que ele sabe
Ligo para o número indicado e, em alta voz, identifico-me e digo que estou com o Carlos ao pé da escola primária. Uns minutos depois, enquanto falo um pouco com o Carlos e o amigo, Silvino aparece.
Esclarece que a indicação de localização que colocou no site do booking está errada e precisa de a corrigir. Voltamos atrás uns quilómetros na estrada principal até sair por um caminho de terra que continua por um promontório. Ao fundo, mesmo antes da terra terminar numa descida abrupta para as rochas e o mar, está uma pequena construção de pedra, com uns cadeirões e mesas de refeição e, no piso de cima, três quartos simples, e com uma varanda a toda a volta.
Sou, uma vez mais, o único hóspede numa instalação inaugurada há poucos meses. Escolho o quarto virado a nascente. Depois de combinar com o cozinheiro, que já trabalhou na Roça de São João dos Angolares, a hora a que o jantar vai ser servido – escolho o polvo grelhado – dou um salto até à praia do Micondó, a poucos quilómetros dali.
Qual gato escaldado, evito a zona o caminho que leva até mesmo perto da praia, deixo o jeep parado mesmo à saída da estrada principal e caminho o resto. Na praia, dou de caras com a hospedeira eslava do voo entre São Tomé e o Príncipe, e é assim que, sem resistir a perguntar, fico a saber que é a ela e a tripulação (estão mais à frente, pendurados num ramo de árvore meio submerso) são ucranianos e que vêm para aquelas ilhas por períodos de alguns meses.
Fico até o sol se esconder atrás das árvores e a areia ficar sem luz. Regresso para um duche semi-frio e o tal polvo grelhado. À noite, o céu nublado impede-me de ver as estrelas. Acordo inundado da luz do nascer do sol. Depois de um pequeno-almoço servido nas mesas exteriores, no limite da terra, faço-me novamente à estrada.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário