sexta-feira, 27 de novembro de 2009
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
O único reforço que me falta é o actimel
As vacinas da febre amarela e da tifóide são feitas aqui mesmo a seguir à consulta. A da hepatite A é feita numa qualquer farmácia, a primeira dose agora e a segunda seis meses depois. Comprimidos para a profilaxia da malária, a doença que mais pessoas mata em todo o mundo: cerca de 3 milhões por ano, uma criança por minuto. Não esquecer de começar a tomar um dia antes de entrar na zona de risco e, depois, manter a toma durante a estadia e mais sete dias. Mesmo com a protecção da malária, há ainda a possibilidade de receber uma dádiva dos insectos que se chama dengue. Neste caso, a única hipótese de defesa é usar repelente e redes mosquiteiras para dormir. De resto, cuidado com a alimentação, nada de alimentos crus, água só engarrafada e não pedir gelo. Em caso de diarreia usar um antidiarreico; se houver sangue nas fezes, se for acompanhada de febre ou durar mais de três dias, então deve tomar um antibiótico. Azitromicina, três comprimidos, um por dia. E, finalmente, tendo em conta o problema grave da sida em África, se acontecer alguma coisa, usar sempre o preservativo.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
O sítio ficava ali algures no largo do Junqueiro.
Um bar numa cave, descia-se umas escadas para lá chegar. A mim fazia-me imensa confusão que subissem ao palco com uma facilidade tremenda; eu ficava lá atrás meio escondido, não fosse alguém ter a triste ideia de me arrastar até lá à frente. Ainda assim, a maioria ia em grupo, é sempre mais fácil um tipo chegar-se à frente no meio da molhada, sente-se mais aconchegado. Mas tu não. Primeiro vi-te com o cardápio na mão a escolher a música. Depois, quando apanhaste uma aberta, foste ter com o tipo e indicaste o que ias cantar e saltaste para o palco de microfone na mão com uma facilidade, um à-vontade invejável. Não me perguntes se te saístes bem, se cantaste decentemente. Já não me lembro, isto já foi há uma data de anos. Só sei que cantaste isto:
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Ontem, hoje e amanhã
«(…) tu e eu, temos mais ontens que qualquer pessoa. Precisamos de alguns amanhãs.»
Beloved, Toni Morrison
Beloved, Toni Morrison
Férias
A quebra da rotina faz-me esquecer de pormenores importantes. Dou por mim a pensar por que carga de água terei uma dor de cabeça irritante quando até dormi bem. Só depois me ocorre que são onze da manhã e ainda não bebi café.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
domingo, 22 de novembro de 2009
Bebop
Com a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, em 1942, o mercado do entretenimento sofre uma quebra assinalável. Como consequência, vários são os músicos e bandas que ficam com menos ou sem gigs para fazer. É o fim das big bands, das orquestras e da música pensada para pôr as pessoas a dançar. É o fim do swing.
Esta ruptura incentiva uma mudança fundamental nos músicos: concorrem agora mais agressivamente pelo menor número de oportunidades que existem. Para se destacarem dos demais e aumentarem a possibilidade de serem seleccionados, aperfeiçoam a sua música e a sua técnica. A própria circunstância de terem menos trabalho dá-lhes mais tempo para treinarem e desenvolverem um novo estilo.
É o início do bebop. Um estilo rápido, duro, frenético. Uma coisa de doidos. Uma nova vaga de músicos surge a substituir os pesos pesados da era anterior: Charlie Parker, Dizzie Gillespie, Max Roach, Thelonious Monk, etc.
Há uma história curiosa que envolve o Louis Armstrong e o bebop. Um dia perguntaram-lhe o que ele achava desse novo estilo. A reacção dele foi intempestiva. Novo? Este estilo não é novo. Isto era o que fazia quando era um miúdo! É isso, o bebop foi e é uma coisa de putos.
Esta ruptura incentiva uma mudança fundamental nos músicos: concorrem agora mais agressivamente pelo menor número de oportunidades que existem. Para se destacarem dos demais e aumentarem a possibilidade de serem seleccionados, aperfeiçoam a sua música e a sua técnica. A própria circunstância de terem menos trabalho dá-lhes mais tempo para treinarem e desenvolverem um novo estilo.
É o início do bebop. Um estilo rápido, duro, frenético. Uma coisa de doidos. Uma nova vaga de músicos surge a substituir os pesos pesados da era anterior: Charlie Parker, Dizzie Gillespie, Max Roach, Thelonious Monk, etc.
Há uma história curiosa que envolve o Louis Armstrong e o bebop. Um dia perguntaram-lhe o que ele achava desse novo estilo. A reacção dele foi intempestiva. Novo? Este estilo não é novo. Isto era o que fazia quando era um miúdo! É isso, o bebop foi e é uma coisa de putos.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Trapos de língua #16
O condicional é um tempo verbal que tem a ingrata tarefa de, muitas vezes, atribuir um certo formalismo ao discurso. No mínimo, dá um toque de sofisticação à frase, torna-a mais chique. Talvez por isso, na linguagem oral corrente e coloquial, evitamos a sua utilização, substituindo-o frequentemente pelo pretérito imperfeito. Por exemplo, dizemos, a torto e a direito, coisas como “se eu fosse a ti, fazia…” quando a forma correcta é “se eu fosse a ti, faria…”.
E isto dito por uma pessoa que tem como "outros venenos" o 31 da Armada e a Revista Atlântico
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
As palavras, as frases, tudo isso foi contigo.
Seguiu-te quando saíste pela porta fora. Não consigo alinhavar três linhas que goste, que façam sentido. Escrevo e fico com um amontoado de palavras, frases, sem o mínimo interesse. Comida sem sabor. Cinzento. Levaste-me a força. A intensidade. O Groove, a verve. Sem isso, as palavras e as frases não valem nada. E por isso levaste-me isto tudo, a escrita. Saiu atrás de ti, não viste?, seguiu-te pela porta que bateste com toda a força quando saíste intempestivamente. Podias ter levado tudo. Podias ter ficado com tudo, que me interessa a mim essa porta ou o dinheiro, a honra ou o orgulho? Mas as palavras, as frases, passo os dias a lutar para as recuperar, para que voltem a entrar, pé ante pé, pela porta que bateste, o estrondo quando saíste. E não consigo. Comida sem sabor. Já não é o preto das letras no branco do papel, é o cinzento das palavras e frases ocas, desprovidas de vida, força, intensidade.
Não valem nada, levaste-me tudo.
Não valem nada, levaste-me tudo.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Trapos de língua #15
Só percebi quando percebi que não percebia os condicionais em francês. Nem eram tanto os condicionais, era o primeiro condicional. Porque “si je peux, j’irais” ou “si j’ai l’argent, j’achete” não faz sentido quando a comparação imediata que eu tinha à minha disposição era “se posso, vou” ou “se tenho dinheiro, compro”. E ela dizia-me que eu estava a exagerar e a complicar o que era fácil ao que respondia que aquilo não soava nada bem e acrescentava a forma que me era correcta, “se puder”, “se tiver dinheiro”.
O inglês nunca tinha tido este efeito. Talvez porque é suficientemente distante. “If I can”, “if I have”, não fazem disparar o alarme. Mas a sensação voltou com o espanhol, embora agora já estivesse, de certa forma, preparado para ela: “si puedo”, “si tengo dinero”.
Habituei-me. Mas, ainda hoje, a minha primeira reacção é achar que está errado.
O inglês nunca tinha tido este efeito. Talvez porque é suficientemente distante. “If I can”, “if I have”, não fazem disparar o alarme. Mas a sensação voltou com o espanhol, embora agora já estivesse, de certa forma, preparado para ela: “si puedo”, “si tengo dinero”.
Habituei-me. Mas, ainda hoje, a minha primeira reacção é achar que está errado.
domingo, 15 de novembro de 2009
CERN das questões
«Pássaro trava Big Bang – O acelerador de partículas construído perto de Genebra para recriar o Big Bang voltou a parar. […] Uma falha de energia eléctrica provocou o sobreaquecimento do acelerador. “A pessoa que foi investigar descobriu pão e um pássaro a comer o pão (na grelha eléctrica exterior”), explicou a porta-voz do CERN, Christine Sutton. O incidente coincide com a teoria do físico Holger Bech Nielsen, que acredita que é o próprio acelerador que, manipulando o tempo, está no futuro a sabotar-se. Este é o terceiro incidente, contando com a explosão ocorrida durante a sua construção.»
Revista Sábado
Revista Sábado
sábado, 14 de novembro de 2009
Pela primeira vez a barreira da idade.
Não estava preparado, confesso-te. Afinal não sou assim tão velho, caramba. Mas, ao teu lado, também já não sou assim tão novo. A culpa disso é a diferença. E nem sequer só a da idade propriamente dita. É verdade que os teus vinte e (muito?) poucos anos parecem-me agora tão frescos e de uma ingenuidade que me desarma. Mas garanto-te que pior é a da fase da vida. Essa cava um fosso maior. Estamos em fases distintas, capítulos diferentes. Já passei pelos teus e eu, para ti, sou uma espécie de “cenas do próximo capítulo”. E isso determina, condiciona, perspectivas, expectativas. A mesma diferença de idades na mesma fase teria um impacto bastante menor.
Menti. Menti-te. Menti-me, apercebo-me. Não é a primeira vez que esta história da barreira da idade: é a primeira vez em que não sou o mais novo, já estive no teu lugar. E isso, sim, fez-me sentir velho.
Menti. Menti-te. Menti-me, apercebo-me. Não é a primeira vez que esta história da barreira da idade: é a primeira vez em que não sou o mais novo, já estive no teu lugar. E isso, sim, fez-me sentir velho.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Trapos de língua #14
O futuro próximo em português e francês: “Amanhã vou a Lisboa” e “Demain je vais à Paris”. Mas, em espanhol: “Mañana voy a ir a Madrid”.
O verbo “ir” repetido parece estranho. Aparentemente, nós e os franceses suprimimos esta repetição que parece redundante. Embora a primeira aparição do verbo diga respeito ao tempo da acção e só o segundo explicite qual é, de facto, a acção em causa.
O verbo “ir” repetido parece estranho. Aparentemente, nós e os franceses suprimimos esta repetição que parece redundante. Embora a primeira aparição do verbo diga respeito ao tempo da acção e só o segundo explicite qual é, de facto, a acção em causa.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Jelly Roll
Ferdinand “Jelly Roll” Morton could brag almost as well as he could play the piano – and, as the world knows, he played piano very well indeed. His most famous boast was provoked by a broadcast of Robert Ripley’s Believe It or Not radio program, which introduced W. C. Handy as the originator of jazz and the blues. “W. C. Handy is a liar,” Morton announced in a long letter addressed to Ripley and published in the Baltimore African-American and Down Beat magazine. The letter goes on to claim, “It is evidently known, beyond contradiction, that New Orleans is the cradle of jazz and I, myself, happened to be the creator in the year 1902.” That was not the first time he made that claim or something like it. The guitarist Danny Barker recalls that Morton would announce, “I created jazz and there’s no jazz but Jelly Roll’s jazz.” According to the musician and entrepreneur Reb Spikes, “[Jelly] would hear a piece and say, ‘They’re stealing that from me. That’s mine.’ Or ‘That guy’s trying to play like me.’” The trumpet player Lee Collins remembers going to see Morton in his hotel room: “He asked me to come work with him. ‘You know you will be working with the world’s greatest jazz piano player… not one of the greatest – I am the greatest.’”
Dead Man Blues, Phil Pastras
Dead Man Blues, Phil Pastras
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Blitz
O que custa não é saber que não se pode voltar atrás. O que custa é saber que, mesmo que fosse possível recuar no tempo, o mais certo seria fazer tudo igual outra vez.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Esmiuçar
Fui bastante crítico dos anteriores programas de actualidades do Gato Fedorento, o Diz que é uma espécie de magazine e do Zé Carlos. Face aos formatos iniciais de sketches eram, para mim, chatos e tinham muito menos graça. Viviam essencialmente dos Tesourinhos Deprimentes e das imitações do Ricardo Araújo Pereira.
Agora que acaba este novo programa de curta duração (mas intenso, como o lusco-fusco) tenho que dar o braço a torcer, a mão à palmatória. Este novo formato à la Jon Stewart resultou lindamente. E, mais importante ainda do que ter tido graça, foi bem conseguido. (Quase) todos os ilustres passaram por aquela cadeira espinhosa (já agora, nota negativa para o Cavaco) e submeteram-me às perguntas pertinentes, corajosas e inteligentes do Ricardo Araújo Pereira.
Isto é uma diferença fundamental, por exemplo, face ao Herman. Sempre que tinha um ilustre político como convidado de um talk show, o Herman afastava por completo a discussão da política e nunca tecia qualquer comentário ou mostrava qualquer inclinação. Era sempre tudo muito suave e ameno.
E isto é significativo. É levar estas discussões para um público ainda mais alargado. Nem toda a gente vê o Expresso da Meia Noite ou a Quadratura do Círculo. E nem sequer nestes programas os intervenientes têm a lata e a ousadia de colocar as questões que os Gatos colocaram. Tudo sem ofensa porque aquilo é humor.
E humor a sério, porque para ser a sério tem que tocar na ferida.
Agora que acaba este novo programa de curta duração (mas intenso, como o lusco-fusco) tenho que dar o braço a torcer, a mão à palmatória. Este novo formato à la Jon Stewart resultou lindamente. E, mais importante ainda do que ter tido graça, foi bem conseguido. (Quase) todos os ilustres passaram por aquela cadeira espinhosa (já agora, nota negativa para o Cavaco) e submeteram-me às perguntas pertinentes, corajosas e inteligentes do Ricardo Araújo Pereira.
Isto é uma diferença fundamental, por exemplo, face ao Herman. Sempre que tinha um ilustre político como convidado de um talk show, o Herman afastava por completo a discussão da política e nunca tecia qualquer comentário ou mostrava qualquer inclinação. Era sempre tudo muito suave e ameno.
E isto é significativo. É levar estas discussões para um público ainda mais alargado. Nem toda a gente vê o Expresso da Meia Noite ou a Quadratura do Círculo. E nem sequer nestes programas os intervenientes têm a lata e a ousadia de colocar as questões que os Gatos colocaram. Tudo sem ofensa porque aquilo é humor.
E humor a sério, porque para ser a sério tem que tocar na ferida.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Trapos de língua #13
O mais elaborado dos números em alemão surge quando se atinge os vinte e um. Passamos por toda a zona dos onze aos dezanove a dizer coisas como “vierzehn” e “achtzehn” e, de repente, “einundzwantig”. Assim, sem mais nem menos. Parece ao contrário: literalmente, “um e vinte”. Já para não dizer que fica tudo pegado, com o “und” no meio a colar duas palavras. E a lógica segue. “Dreiundviertzig” é o quarenta e três e “funfundfunfzig” é o cinquenta e cinco. Ora o problema está na analogia com o inglês. Estes casos seriam, respectivamente, “twenty one”, “forty three” e “fifty five”, o que vai ao encontro do que parece instintivamente lógico.
Mas é curioso verificar que os alemães mantém uma certa coerência. Os números entre dez e vinte são compostos por um algarismo somado de dez: “sechzehn” é a soma de “sech” e “zehn”, ou seja, “seis” e “dez”. E é essa a coerência que é continuada para os vintes, como o tal “einundzwantig” ou “um e vinte”. Nós fazemos uma coisa parecida mas pela ordem inversa. Ou seja, dizemos, “dezasseis”, “dez” mais “seis” e depois “vinte e um”, “vinte” mais “um”. Quem baralha duas lógicas diferentes, afinal, são os anglo-saxónicos. Veja-se o “sixteen”, “six” mais “ten” e o “twenty one”, “twenty” mais “one”.
Mas é curioso verificar que os alemães mantém uma certa coerência. Os números entre dez e vinte são compostos por um algarismo somado de dez: “sechzehn” é a soma de “sech” e “zehn”, ou seja, “seis” e “dez”. E é essa a coerência que é continuada para os vintes, como o tal “einundzwantig” ou “um e vinte”. Nós fazemos uma coisa parecida mas pela ordem inversa. Ou seja, dizemos, “dezasseis”, “dez” mais “seis” e depois “vinte e um”, “vinte” mais “um”. Quem baralha duas lógicas diferentes, afinal, são os anglo-saxónicos. Veja-se o “sixteen”, “six” mais “ten” e o “twenty one”, “twenty” mais “one”.
domingo, 8 de novembro de 2009
sábado, 7 de novembro de 2009
Trapos de língua #12
Os verbos “ser” e “ir” são normalmente uns bichos muito raros em qualquer língua que se preze. Altamente irregulares e cheios de coisas estranhas que só lá vão à lei da bala, ou seja, decorando. Um aspecto que me parece muito curioso em português e espanhol é o facto de que a conjugação do pretérito perfeito é exactamente igual (eu fui, tu foste, etc…). Dois verbos com significados tão díspares e, no entanto, são exactamente iguais neste tempo verbal. E só neste tempo verbal; nos restantes mantêm a sua diferença.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
À espera que o telefone toque. Ali, na mesa-de-cabeceira. Não te enganaste até agora. Não falhas uma. Nem quando pareces demasiado optimista, nem quando pareces demasiado pessimista. Derrotado. Derrotada. Também não se enganou, você. Já sabia. Mais tarde ou mais cedo. Estou pronto. Tenho as coisas arrumadas, estou à espera só que o telefone toque. Que me toquem com o telefone, a mesa-de-cabeceira, a cama, isto agora faz-me lembrar as coisas. Como, por exemplo, a casa, esta casa. Há-de lá ir, tenha calma. E agora, o vazio da minha cama com um edredon. Só recentemente tive um edredon. Antes eram os cobertores e as mantas. E agora, este edredon é vazio, totalmente vazio, o que é um edredon ao lado do cobertor e das mantas? Telefone. Espero. Não falhas. É hoje. Não passa de hoje. E, por isso, espero, ainda está para vir o dia em que te enganes, raios te partam, não falhas uma. É que nem uma, porra. O derrotismo pega-se, espalha-se, alastra e ela também sabia. Não é novidade para ela. Só para mim, que espero o toque do telefone.
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Trapos de língua #11
Se é verdade que a proximidade entre o português e o espanhol torna a aprendizagem mais fácil, também não é mentira que, por vezes, essa mesma proximidade não seja enganadora. Claro que em termos líquidos, são mais as vantagens do que as desvantagens.
O exemplo típico das desvantagens é o dos falsos amigos. E que normalmente até tem alguma graça. Ver a palavra “pilas” escrito num recipiente com um orifício pequeno que, na verdade, serve para depositar pilhas usadas para reciclar tem a sua graça. E, se Cuenca é uma cidade a roçar a palavra “cueca”, Braga é mesmo a versão feminina desse termo em espanhol.
São inúmeros os casos do género. O preferido da María, a maior responsável pela minha pronúncia, é o da “folha”: não é capaz de pedir um bocado de papel sem fazer um sorriso. Levado o exercício ao extremo, adora entrar numa pastelaria e pedir um café e um mil-folhas.
O exemplo típico das desvantagens é o dos falsos amigos. E que normalmente até tem alguma graça. Ver a palavra “pilas” escrito num recipiente com um orifício pequeno que, na verdade, serve para depositar pilhas usadas para reciclar tem a sua graça. E, se Cuenca é uma cidade a roçar a palavra “cueca”, Braga é mesmo a versão feminina desse termo em espanhol.
São inúmeros os casos do género. O preferido da María, a maior responsável pela minha pronúncia, é o da “folha”: não é capaz de pedir um bocado de papel sem fazer um sorriso. Levado o exercício ao extremo, adora entrar numa pastelaria e pedir um café e um mil-folhas.
domingo, 1 de novembro de 2009
Alegria
Há uns bons anos atrás havia um gelado pequenino da Olá que se chamava “Banana Joe”; não sei se ainda existe. Na escola onde andava por altura do segundo ciclo havia uma senhora no bar que lhe chamava “Banana Joy”, mesmo depois de me ouvir dizer “Joe”. Lembrei-me disto porque ouvi o Nicolau Santos dizer “Joy” Berardo.
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