Seguimos a indicação da placa e saímos da estrada. Um caminho de cabras leva-nos até uma casa pequena no meio do nada, que poderia perfeitamente ser a habitação de alguém. O único elemento que torna esta casa diferente de qualquer outra é a barreira na estrada, com uma cancela fechada e outra aberta. Paramos o carro sem saber exactamente o que fazer. Antes de termos tempo para pensar no assunto, uma funcionária vem à porta e pergunta-nos para onde queremos ir, o que me parece uma pergunta ridícula tendo em conta que se trata da fronteira da Argentina com o Chile. Respondo a única resposta que me parece possível e ela
“En Chile estan de paro”
“Paro” soa-me a desemprego e, para ter certeza que percebi bem, pergunto-lhe se é uma “huelga” e ela confirma. Acrescenta que ninguém tem aparecido para atravessar e nós, claro, não estávamos a par de nada. Diz-me que nos deixa ir e que, na pior das hipóteses, se no Chile não nos processarem a entrada, nos deixa regressar novamente ao território argentino. Aceitamos.
Passamos na cancela que já estava aberta, como se nos esperasse. Rebanhos de ovelhas pastam nos quilómetros que separam os postos fronteiriços dos dois países. Serão argentinas ou chilenas? Como se tivessem um salvo conduto ou dupla nacionalidade.
Finalmente, avistamos uma casinhota parecida do outro lado. Talvez por sermos os únicos a tentar passar a fronteira – e por a próxima abertura só estar agendada para o dia seguinte – ninguém nos coloca entraves e passamos sem nenhum problema. Excepto as maçãs que têm de ficar “para ser destruídas” porque não se pode entrar com nada vegetal no Chile. Mais uns minutos e estamos em Puerto Natales.
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