A única indicação que tenho é a evitar descer até à praia Banana de carro, o dono da residencial alertou-me para uma secção que, à subida, é difícil de negociar. Por isso, no dia anterior, desci, a pé, a essa praia de difícil regresso. Segundo ele, de resto não há problema. Mas agora que tento chegar à praia Macaco, começo seriamente a duvidar dessa recomendação, enquanto tento manobrar o jeep pelo meio da terra, pedras e da lama.
Já relativamente perto, de acordo com as contas do GPS, a estrada bifurca e, nessa bifurcação, numa pequena construção abandonada, redonda, de tijolo e cimento, estão dois locais, que me desejam bom dia. Um deles aproxima-se de mim e pergunta-me onde quero ir. Aponta-me o caminho à minha esquerda que é, literalmente, um caminho de pedras. Espontaneamente solto um
Por aqui?
e ele conforta-me (ou tenta confortar) dizendo-me que está quase, estou perto. De facto, tem alguma razão: o caminho parece pior do que efectivamente é, basta descer devagar em primeira e, pouco depois, a praia surge.
Há algumas construções abandonadas ao longo do areal – que venho a saber a depois faziam parte de um projecto de resort turístico que acabou por não chegar a bom porto – e que dão um ar um pouco fantasmagórico ao local. O facto de não haver rigorosamente vivalma na praia também, devo dizer, contribuiu para essa sensação. Um pequeno pedaço de paraíso, de água azul e límpida, coqueiros e palmeiras a projectar sombra em parte da areia fina.
Passados alguns mergulhos e caminhadas na areia, surge um local, que me cumprimenta e volta a desaparecer, caminhando no areal. Pouco tempo depois, ouço um barulho por detrás de mim. Olho e vejo-o trepar um coqueiro com uma agilidade desconcertante. Uma vez no topo da árvore, manda uns quantos cocos para a areia e volta a descer com a mesma facilidade com que subiu. Bate fortemente com um dos cocos contra uma amurada da construção abandonada, retira-lhe a casca, abre uma pequena incisão com uma faca e, sem pronunciar uma palavra, oferece-me.
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