Enquanto vais à água eles levam tudo. Eles não fazem mal mas tudo o que houver de bom eles levam.
Faço a pé o curto caminho da guesthouse até à praia de Tamarindos que, adivinhe-se, à excepção de um pescador que se cruza comigo pelo caminho, ao ir-se embora, não tem mais ninguém. O sofrimento de não ir à água não é muito grande, o tempo chuvoso e o mar não são convidativos. Isso e os mosquitos que, após atravessar as rochas ao fundo, que permitem aceder à praia seguinte, incomodam irritantemente, como é seu apanágio. Quando olho, vejo um enxame de moscas pousado no preto da mochila.
Ao final da tarde, enquanto espero pela barracuda grelhada e a banana frita com arroz do jantar, Mateus, o filho do casal, aborda-me, embora seja parco de palavras. Quer mostrar-me a bicicleta, a bola. A mãe, preocupada que o miúdo possa estar a incomodar o hóspede, liga-lhe o televisor. Na TVS está a dar telenovela brasileira.
De manhã, ao pequeno-almoço, a propósito da omelete com micocó, a planta local para cuja existência e propriedades afrodisíacas já tinha sido alertado na Roça Agostinho Neto, reitera a convicção de que “é bom para o homem”.
À noite, depois de jantar, bebes um chá de micocó e estás pronto para a cama.
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