Para me atender, vem o funcionário que tem mais desenvoltura com a língua inglesa. Peço uma das panquecas típicas com frutos do mar e um bibimbap. Tenta explicar-me em que consistem os pratos e eu tento explicar-lhe delicadamente que os conheço.
Primeiro vem a garrafa de cerveja. Aproveito para lhe perguntar se têm wifi. Diz-me que não e, pouco tempo depois, regressa com uma password para aceder ao telefone do colega e, desta forma, ter sinal. Depois traz os pratinhos com o kimchi e outros acompanhamentos explica-me que são grátis e, desta vez, opto por não lhe dizer novamente que também estou a par. Não resiste e pergunta-me
Where are you from?
Respondo-lhe mas continuo a ver o ponto de interrogação estampado na cara. Pergunta-me se é na Europa e eu digo-lhe que é ao lado da Espanha. Tento explorar a estratégia mais fácil – futebol e Cristiano Ronaldo – mas este é um país de baseball e ele não faz a mais pálida ideia. Pede-me para lhe digitar no telefone e fica a observar no Google maps. E atreve-se mais um pouco
What are you doing here?
E pergunta-me se estou em negócios ou férias. Digo-lhe que estou de férias e o espanto dele ainda parece aumentar, como se fosse totalmente inesperado que alguém – ou, mais especificamente, um europeu – resolvesse escolher aquele local para passar o seu tempo livre.
Para desmoer o jantar, dou uma volta pelo mercado nocturno de máquina fotográfica na mão. Está um pouco descaraterizado: os mesmos estrangeiros que participaram na corrida de dragon boat ocupam muitas das mesas. Alguns sotaques europeus – franceses e italianos a falar inglês –, outros que me pareceram australianos. Algumas caras bem vermelhas de sol a mais e protector solar a menos. Uns mais barulhentos que outros mas quase todos com uns copos a mais.
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