Depois de ter jantado num restaurante pouco interessante, onde praticamente só estavam pessoas com o mesmo objetivo: aguardar pela hora de embarque. Alguns usavam as mesas para jogar às cartas.
É certo que à ida tínhamos que levantar os nossos bilhetes. Balcão 9, segundo estava escrito no voucher, um balcão destinado a turistas. Entregámos os vouchers, seguimos o conselho da senhora do outro lado e sentámo-nos à espera. Meia hora? Se não foi, terá sido perto. Depois de impacientemente lhe termos perguntado o que estava a demorar tanto – pensámos que se tratava de recebermos uns bilhetes, nada mais – e de ela se ter desculpado, uma rapariga nova veio buscar-nos e levar-nos literalmente até ao compartimento de quatro camas dentro do comboio.
Será que iriamos ter o mesmo tratamento agora? Já tínhamos os bilhetes de regresso connosco. Uma funcionária fora do edifício informou-me (algo trombuda) que ainda não era hora, era cedo. Um comboio para outro destino partiu. E, depois disso, a funcionária dirigiu-se até às duas portas de vidro que davam acesso às plataformas e, pelo lado de fora, fechou-as com uma corrente e um cadeado. Instintivamente olhámos para as outras duas portas que davam para a entrada do edifício da estação. Com uma piada tensa, brincámos com o alívio daquelas ainda estarem abertas.
Algum tempo depois, quando finalmente a hora de embarcar chegou, a mesma funcionária retirou a corrente e o cadeado. Hordas de pessoas de mochila às costas e chinelos dirigiram-se ao comboio.
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