0. Acabo de ver nas notícias que temos um país onde se fecham escolas que tenham menos de vinte e um alunos. Como seria de esperar, trata-se sobretudo de estabelecimentos do interior do país e, na prática, estima-se que cerca de dez mil alunos sejam afectados.
1. Não vou sequer tocar na questão do impacto de uma medida destas para a educação. Independentemente disso, os fechos de escolas têm seguramente um impacto negativo no desenvolvimento económico das regiões do interior e, consequentemente, nas já de si manifestas assimetrias entre o litoral e o interior. O que me parece curioso é que este mesmo desenvolvimento económico das regiões do interior é um dos argumentos apresentados para não cobrar portagens em algumas auto-estradas (ou pelo menos até agora, que se pretende introduzir portagens nas SCUT). Ou seja, isto equivale a dizer que estradas são motores de desenvolvimento mas escolas não. Ou, de outra forma, são menos motor que as estradas.
2. O que me faz confusão nestas coisas é o fenómeno de círculo vicioso: quanto menos infra-estruturas há, menos pessoas se fixam nestas regiões; quanto menos pessoas se fixam, menor a necessidade de ter infra-estruturas. É claro que podíamos inverter a causalidade e então o argumento seria: quanto menos pessoas existem, menos infra-estruturas são precisas, etc. É aquela conversa do ovo e da galinha. Mas se, por uma questão política, existir o interesse em povoar as regiões do interior, então a necessidade de as tornar atractivas deveria forçosamente passar pelo esforço de manter algumas infra-estruturas básicas activas, pese embora o facto de que a população alvo seja muito menor do que nas regiões mais povoadas.
Como, por exemplo, escolas com menos de vinte e um alunos.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário