domingo, 15 de abril de 2018

Tudo começou com um profundo estado de negação.

Vincado e, aparentemente, irredutível. Depois, lentamente, as brechas foram surgindo, como nuvens que se afastam deixando entrever o sol. Nessa altura, sem perceber bem e repleto e dúvidas, ficou reticente. Até que as reticências o conduziram a um misto de aceitação e conformismo: deu por si num estado de afirmação. Embora conseguisse agora dizer que sim, sentia-se vencido mas não convencido. Questionou-se, numa longa e árdua introspecção, sobre as razões e as motivações, num profundo estado de interrogação. Tudo terminou quando, repentinamente, após tropeçar na resposta, mergulhou num estado de exclamação. Daí para a frente, eufórico, munido da resposta que lhe dava uma certeza e lhe conferia uma certa autoridade sobre os demais, passava a vida naquilo que considera ser um modo indicativo sem, no entanto, tolerar uma reacção condicional. Por sua vez, os outros começaram a vê-lo como um tirano, constantemente em modo imperativo. Quando confrontado com essa opinião exterior, não aceitou e limitou-se a negar a evidência.

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